sexta-feira, 27 de abril de 2007

II. A même «stolen» from Minge & Captain…

What do you think happens after you die?
– The Universe will go on the very same way it was before «I» entered this world/life. Corporeally, I'm just another set of molecules…

Do you believe in heaven?
– Perhaps, as an ethereal dimension.

Do you believe in hell?
– No, not at all! Religious mumbo jumbo! Unless one experiences it right here and right now…

Do you think you will be judged after you die?
– I've been being judged every single minute ever since I entered this life.

How many people will attend your funeral?
– A few.

Would you rather that people cry or laugh at your funeral?
– Neither. Just listen to soothing music.

What's better: shot in the head or downing pills?
– If I had to choose, a shot in the head would definitely be better.

What should be written on your tombstone?
– «Another grain of sand in the Universe.»

Would you rather die childless or divorced?
– If I could choose, divorced.

Do you want to die in the morning, afternoon, or night?
– At night, quietly sleeping in my bed.

If you had a million and a half euros to leave, whom would you leave it to?
– Some families that might make good use of it. Money doesn't buy happiness, but sends for it…

What kind of flowers do you want at your funeral?
– None. Flowers should be for the living only.

On your deathbed, which moment will you most remember?
– The unsurpassable beauty of each and every sunset I had the privilege of watching all through my life.

Have you ever watched someone die?
– Yes, I have.

What's the most gruesome death you can imagine?
– Being eaten alive, I guess.

How often do you think about death?
– As seldom as I can…

Is fear of dying your number one fear?
– No, not at all. Death doesn't bother me that much. Only the process of dying.

Do you believe in reincarnation?
– No, I don't.

Have you ever wished someone you loved were dead?
– No, I haven't.


Do you consider life short or long?
– Far too short…

Do you think you have a soul?
– A soul or a mind, I don't care much about concepts. But the idea of a nonmaterial existence in the ether appeals to me…

Assisted suicide for a terminally ill person is:
– Morally compassionate.

If you were cremated, where would you like your ashes?
– In the ocean. Water is the first and the ultimate place to be…

Would you choose to be immortal, if you could be?
– No, not at all.

What do you think of ouija boards?
– I've got no especial opinion about them.

Thank you, Minge and Captain, for this opportunity!


Dear blogger friends, I wish you all a marvellous weekend! Enjoy it lavishly!

RIC

I. Vidas límbicas…


«Um Poeta que deixou tudo dito, ou quase tudo, vem em meu auxílio com "Quer pouco: terás tudo" e "Não só quem nos odeia ou nos inveja". Lembrei‑me de Ricardo Reis, aquele que por um mistério ciosamente guardado pelos deuses se libertou da lei da morte. Se os melhores de nós, em todos os sentidos, se tornassem imortais, como é que seria este mundo? Quem andaria já há séculos, há milénios, entre nós? Quem denunciaria tal falsificação da História, grosseira e manipuladora? Quem acreditaria que seríamos todos mais felizes com esses beatos espectros à nossa volta, a cruzarem as nossas vidas de comuns mortais? Eu prefiro a lei da morte. Mas um poeta quer‑se imortal, e assim também entenderão os deuses. Como o Poeta há setenta anos, também eu nunca tive a clássica serenidade que me permitisse querer pouco para ter tudo. Faltou‑me sempre a audácia para ambicionar mais do que o pouco que fui tendo e, porque nunca soube querer nada, nunca me soube verdadeiramente livre. Que me tenha oprimido o amor que me tiveram, nunca o saberei. Não penso que o tenha sentido, nem sinto que o tenha pensado.

Há quem se lance, debata e perca a amar o amor, um erro solitário que raramente é percebido a tempo e nunca é encarado de frente como um risco, um grave perigo. Quantos amantes, poetas e pensadores não têm lançado sérios avisos, alarmes, alertas e gritos, os mais aflitos e mestos. Em vão. O perigo está sempre mais próximo e é sempre mais real do que se está disposto a crer e a aceitar. É inevitável a vertigem do abismo. O sofrimento de tantos não é exemplo bastante para outros que, dominados por um baixo instinto ou estonteados por uma fugaz tentação, se deixam subjugar sem resistência. E quando a queda se consuma, a ilusão é perfeita. Em volta não há ninguém. Sobra apenas a intenção irreal, idealizada. Há quem tenha a inteligência ou a sorte – não sei qual delas é a certa – de aprender no momento exacto, nem mais cedo nem mais tarde, o que é mais importante para uma mais recta condução da vida. Sei apenas, dos caminhos que fui percorrendo, que a seu devido tempo não me terão ensinado – ou então eu não terei sabido aprender – o que tanta falta me tem feito. E agora, ainda mais. Sobre os pequenos buracos nos caminhos do passado terei facilmente saltado sem sequer os ver, para surgirem agora à minha frente como abismos intransponíveis. Quanto mais o tempo passa, mais assustadora é a impressão de que não terei como atravessar esses abismos, refém de um momento infinito. Quando menos esperar, a vida terá deslizado sorrateira ante o meu olhar distraído, e eu estarei ainda e sempre preso ao instante infindável.

Por muitas razões perscrutáveis, conformarmo‑nos com a solidão é destrutivo. A atracção insidiosa que ela exerce é ainda mais perigosa, por se confundir facilmente com uma enganosa auto‑suficiência. É assim que um hábito se vai insinuando, silencioso e sorrateiro, e se vai transformando aos poucos numa rotina cruel, quase um vício. De início, a sensação de liberdade é avassaladora. Parece ser o ansiado fim dos constrangimentos mais aviltantes, das submissões mais humilhantes, das dependências mais escravizadoras. Pura ilusão, que tudo permanece na imutabilidade dos seus equilíbrios, ainda que instáveis. Quando a solidão começa a apoderar‑se de tudo, é ainda uma sensação inebriante que prevalece, como se num átimo, por um passe de magia da vontade, tudo pudesse ser reposto e reconduzido à situação inicial. Pura ilusão, também.

Não procuramos os que não nos procuram. E os que não nos procuram não o fazem porque nós não os procuramos. O que havia em volta, gente e coisas, já lá não está, e o que parecia ter sido uma vitória começa a revelar‑se uma penosa derrota. Um tempo sem tempo, coagulado como sangue há muito vertido e já ressequido. De súbito, a solidão pesa como um fardo insuportável, e quanto maior é a consciência dela, maior é o peso do nada. Torna‑se avassaladora a sensação de que nunca se deixará de estar sozinho, e quanto mais se lhe quer fugir, mais se estende desmesurado o deserto que a solidão estendeu em volta. Segue‑se o efeito destruidor.

Todas as ilusões e todas as fantasias se esfumam no vazio, e o quotidiano revela‑se espectral. Restam memórias e sombras e o absurdo de olhar em volta e nada ver. As mãos alçam‑se para agarrar o que há pouco ainda parecia estar ali. Nada alcançam. A boca profere palavras que nenhuns ouvidos podem ouvir, clama em silêncio estonteante por presenças tornadas irrecuperáveis ausências. Vem o arrependimento, tardio, que faz querer percorrer todo o caminho em sentido inverso. Poucos são os que conseguem empreender a viagem. Não é permitido ficar onde se merece estar. Não se faz parte da capelinha. Não se soube obter o imprescindível quinhão da alforria. Logo, é óbvia a impossibilidade. Os que querem regressar caminham ao longo de um tempo infindo, mas nunca conseguem voltar ao ponto exacto onde começou a deriva. Isso seria retroceder por obra e graça de algum maquinismo inverosímil. Inevitável o destino que transforma todo o erro menor em crassa asneira. Mas é desse instante, quase imperceptível, que se fica refém para sempre.

Às vezes, da forma mais imprevista e brutal, a meio de uma reflexão sobre os imponderáveis rumos da vida, ou ao esboçar um plano para enfrentar novos tempos que arrastam mudanças e contrariedades – umas imperceptíveis, outras, pelo contrário, que se abatem sem prenúncios e causam grande ansiedade –, de repente, um pavor incontrolável e um pânico descompassado apoderam‑se de mim, aturdem‑me até à alucinação e transmudam aquele momento numa diuturna sessão de torturas indizíveis. Este desvario só começa a dar sinais de poder acabar quando consigo introduzir no fluxo dos pensamentos, quase à socapa, um elemento insignificante de alheamento. A pouco e pouco, o pavor e o pânico vão diminuindo, e eu vou regressando a uma tranquilidade apenas aparente, que só muito lentamente cede a uma prostração exausta, como se me tenha esgotado num esforço breve mas tremendo. Quando a crise parece enfim debelada é que me apercebo do longo tempo que entretanto se escoou e se perdeu naquele transe de ausência e de vazio. Neste último decénio, não sei de vivência mais aflitiva. Se os ventos vão soprando de feição sobre umas quantas faces da vida, mantendo a ilusão de que o leme permanece seguro em mãos firmes, sobre outras, porém, são ventos de procela que se abatem e, num ápice, tudo devastam e arrasam. E de uma vida organizada sobra um espesso e viscoso sargaçal à tona de um mar ignoto que tolhe movimentos, quebra resistências e condena a uma modorra letal.

É tão descomunal, tão desmesurado o pavor de viver como é negro e sem fundo o absurdo desejo de morrer. Como se, para seguir em frente, se tenha de saber manter, exacta e constantemente, um tenebroso equilíbrio. Nem deixar‑se transir pelo pavor, nem ceder desnorteado ao desejo. Num átimo, fica‑se perdido sem saber o que é ter uma vida para viver. Mas até tudo isto, em vertigem desvairada de sorvedouro, o quotidiano tenta varrer da memória, como se o tempo das recordações, mesmo as más, seja um proibido luxo sumptuoso. E percorrer todo este caminho de memória é peregrinação negra de uma alma torturada.»

Um excelente fim-de-semana para todos!

RIC

quinta-feira, 26 de abril de 2007

A few American «features»?

Hoplomania?… (From ‛όπλον - weapon)

The USA are no longer a land of pioneers. The whole mythology of the Far West, of Indians and cowboys fighting one another, of outlaws everywhere simply should be banned.
Keeping guns at home cannot be compatible with a civilised society. A 200 year old constitutional right cannot be the poor excuse. If anyone can get a gun as a «prize» for opening a bank account (maybe – wishfully – not in every State!), why all the awe about deeds like the Virginia Tech massacre?
You tell me!

Pyromania?… (From πΰρ - fire)

Main characters in hundreds and hundreds of American movies are arsons, explosions, and huge fires. No «action» movie really does without them.
Is there somehow an American cultural pyromania or – which would be a lot worse! – pyrophilia? Or is it a trauma dating back to the days when whole wooden cities could be blown away by dreadful fires?
You tell me!

Tichomania?… (From τεϊχος - wall)

Please follow my reasoning: Berlin, Germany, Korea, Vietnam, Mexico, Gaza, and now Baghdad… Is there a pattern here?
For sure, we all know this: administrations and governments do make awful mistakes that in many cases aren't at all sanctioned by those of us, anonymous citizens, who in honest conviction elected them. But… Isn't it a little bit too much to try and solve serious problems between peoples by building up walls? Can any kind of segregation be understood as a democratic way of dealing with human rights issues?
You tell me!

RIC

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Da Língua Portuguesa (7)

"Ein jeder, weil er spricht, glaubt, auch über die Sprache sprechen zu können."

Qualquer um, porque fala, julga que também sabe falar sobre a língua.


Johann Wolfgang von Goethe

A. «Orelhas moucas a... palavras ocas»: por força da repetição exaustiva, mormente a despropósito, eis três palavras hoje praticamente vazias de conteúdo semântico:

a) espectacular;
b) mais-valia;
c) vertente.

... Muito contribuem para as minhas «alergias logogénicas»...

B. Uma simples regra que muito nos ajuda a evitar erros desnecessários e, quantas vezes, confrangedores:

a) TER / HAVER + aceitar = aceitado;
b) SER / ESTAR / FICAR + aceitar = aceite.

Exemplos:
a) «Obrigado por teres aceitado o meu convite.»
b) «O meu projecto não foi aceite

C. Ilustrem-se − de uma das melhores formas possíveis! − procurando distinguir pelo uso (construindo uma frase) os seguintes vocábulos:

1. epónimo / hipónimo;
2. deserto / diserto / decerto;
3. desídia / decídua;
4. proeminente / preeminente;
5. hipocausto / hipercáustico;
6. lactante / latente / lactente;
7. ocaso / acaso;
8. reconforto / conforto;
9. audição / audiência / auditoria;
10. descriminar / discriminar / descriminalizar;
11. cítula / cítola;
12. rectificar / ratificar.

Esta lista baseia-se em casos de paronímia (não todos), e exercícios deste género ajudam qualquer um − licenciado, mestre, doutorado ou sem qualquer título (académico ou outro)... − a suprir dificuldades vocabulares e a esclarecer dúvidas que assaltam qualquer lusófono.
Espero e desejo que se divirtam com o passatempo!
Um excelente fim-de-semana para todos!

RIC

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Sorrow + Saudade = ?...?...

According to a recent survey made in 15 European Union member States, the Portuguese and the Italians consider themselves to be the least happy and the least satisfied with their own lives... In whole Europe?... In the whole world?... I don’t know, but I think it doesn’t take much effort to guess it...

I wonder why indeed...

I wish I could rule myself out of this depressing landscape, but the more I fight against it the more I feel myself condemned to obey to a certain logical routine that has very little to do with me... To say the least...

Up till now, 2007 hasn’t proven to be a «reasonable» year, as far as I’m concerned... Much on the contrary. All I can do is keep fighting against adversity and hope that one of these days the sun will finally rise and shine for me...

But then... I come back to my blog whenever I can and I find out that the sun can shine indeed in many different ways... One of them is through the many wonderful comments I happen to read to my sporadic posts! I read them and I don’t feel so sad anymore!

I do thank you all − Portuguese and «foreigners» alike − so very much for helping me go through these last few weeks that have sometimes turned into an ordeal! Even if I’m not responding to your comments right now the same way I used to do, please be sure that I read them all very attentively!
Some do really move me...

Each and every one of you, dear blogger friends, have a place in my heart. Don’t you doubt a single instant about it! Don’t you forget about our «Happy Few Club»! I won’t!
Hugs and greetings!

RIC

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Das habilitações académicas...

Não me rouba o sono a vontade de saber se fulano, beltrano ou sicrano é licenciado, mestre ou doutorado.

Estou em crer que o nosso jornalismo menos sério, menos idóneo e menos responsável deu mostras cabais, mais uma vez, de não saber − e de não querer saber, o que é pior − qual o lugar, quais os princípios e quais os deveres que lhe incumbem. Limitou-se a aplicar as ínvias lógicas da imprensa cor-de-rosa.
Não quero acreditar que entre os jornalistas que se envolveram na «questão» das habilitações académicas do primeiro-ministro não haja um único sequer que não saiba, por experiência própria ou alheia, que é condição sine qua non para o ingresso, frequência e aprovação em qualquer pós-graduação, mestrado ou MBA a prévia conclusão de uma licenciatura. A suspeição lançada resulta, a meu ver, de má fé, ignorância e/ou incompetência. Este tipo de jornalismo, que se limita a levantar lebres (que depois não o são), presta um péssimo serviço à democracia e increve-se num vetusto quadro nacional de inveja mesquinha. E, quando se trata de invejas mesquinhas, nunca se fica a saber exactamente o que é que é de facto invejado: basta tão-só deixar a dúvida a pairar no ar...

Sabendo que não estou a cometer qualquer injustiça, estou certo de que esta «questão» é apenas mais uma faceta nociva do pretenso jornalismo moderno de secretária que se agarra a faits divers blogosféricos de origem mais que duvidosa, com o indisfarçado objectivo de apenas vender mais uns quantos exemplares de jornais que, em época baixa da política, vão atravessando um período de vacas magras.

(Esclareço que nenhuma simpatia de qualquer tipo me liga ao partido do governo em geral e/ou ao primeiro-ministro em particular.)

RIC