quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Hans Peter Sfiligoi. One month.

On Monday, December 4.th I posted Rilke's sonnet XIX: the original poem, and an English version by Stephen Mitchell, the very same Hans Peter had posted on September 30.th, the day he blogged for the last time.
He had just passed away the week before.
Around mid December his son e-mailed us the shocking news.
I really don't know why – I can find no plausible explanation, not even to myself –, but I keep on thinking of Hans Peter everyday.
We've known each other only for such a short time, and yet…
It's as if we were really best friends since long ago.
I do believe he was a special human being.
I don't want to go into mystical spheres of understanding, but for a rationalist as I am this recent experience is a little bit disturbing.
It's not uncomfortable at all, no. It just tells me there is so much more under the sun than we will ever know…

About Rilke's sonnet and Hans Peter's pen drawing, here are our last exchanged words. I'm transcribing them here as I think this way I can pay my humble homage to such a wonderful human being who left us exactly one month ago.

RIC said…

"… So let's just keep on listening to that song! No other words matter now… :-)"










CASTOR said…
to Ric:
--------
":-) OK! Let's listen!"

[…]

RIC said…

"I was so absorbed in the poem that I forgot all about your drawing… Oops, Hans… I'm so sorry…
As I told you before, these are just my impressions – they're worth what they are, nothing else.
I like the main colour, all the different shades (Lord, with a pen!) and the chiaroscuro effect (I thought immediately he was in the underworld). Fantastic!
You don't surely need them from me, but here they are anyway:
Congratulations! :-)"

CASTOR said…
to Ric:
--------
"Thank you, Ricardo, for your compliments!"

Vienna, September 30.th 2006
Castor's Diary

Lieber Hans!
Wir, die wir den Privileg hatten, Dich kennengelernt zu haben, werden Dich nie vergessen, weil Du in uns, tief in unseren Seelen, für immer weiter leben wirst. Und Deine vorzüglichste Kunst wird auch dafür sorgen, dass viele andere von Deiner höchsten Menschlichkeit noch lange weiter getroffen werden.
Wo Du auch sein magst, wünsche ich Dir von tiefstem Herzen, dass Du das allerschönste Licht zum Zeichnen und zum Malen gefunden hast.
Dein Freund, dem Du so sehr fehlst,

Ricardo

Lissabon, den 28. Dezember 2006

16 comentários:

Jack disse...

I remember you posted about him.

If I may ask, what happened?!

RIC disse...

Thank you, Joel. He had had lung cancer, gone through several treatments, and got better. Last October, however, his situation aggravated. Quickly.
A great day to you!

Anónimo disse...

Pois é, amiguinho... Existem coisas que nos acontecem e nos tentam a levá-las para um lado místico. Na verdade, apesar de estar do lado da ciência -- e não acredito, apesar de posições e argumentos contrários de alguns, que ciência e religião possam andar juntas -- eu fico com aquilo que os espanhóis costumam dizer sobre as bruxas: não acredito nelas, mas que elas existem, existem! Hehehehehehehe

E consigo, apesar de alguns conflitos em certos pontos, conviver com esse duelo ciência-religião!

Mas, pelo visto, você não é bem adepto da parte mística, né?

Beijão!
=)

Tongzhi disse...

Perdi a parte final. É que o meu alemão (penso eu de que...) não é famoso, diria mesmo é equivalente a nulo!
Eu também sou das ciências, das tais que são conhecidas por "exactas". Não é bem essa a minha perspectiva ... mas isso não vem ao caso.
Contudo, a parte dita "mística" tem algum peso em mim.

PS. Que tal rever o filme? Eu acho que é como o vinho do Porto...

RIC disse...

Olá, Lê! A questão que abordas continua a ser crucial. Não me parece que ambas as formas de pensamento possam de algum modo irmanar-se. Naturalmente, não tenho quaisquer argumentos válidos (para mim) que me façam excluir uma delas. Terei de dizer, face até à minha própria experiência pessoal, que «yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay»... Tal como tu.
A fé pode ser um enorme consolo, mas é preciso primeiro uma enorme força para a abraçar... Não sei se alguma vez a tive ou se alguma vez a terei...
Hei-de escrever sobre o assunto, um dia destes, para lançar o debate e recolher pontos de vista. É um assunto muito interessante e muito importante.
Beijão para ti também!
Obrigado!

RIC disse...

Olá, Tongzhi! A parte final não altera em si o teor fundamental de todo o édito. Talvez a traduza noutra oportunidade. (Mas a Altavista já consegue umas traduçõezinhas aceitáveis, isto é, fica-se a perceber a mensagem...)
Ciências exactas / ciências humanas: outro filão a explorar.
Referes-te a «Amarcord»? Pois é, o filme já tem 33 anos... Impressionante! E de cada vez que o revejo descubro mais uns quantos elementos que me haviam escapado. É a riqueza da obra de Fellini!
Um abraço!

Anónimo disse...

Pois, sim! Mas por que exaltar as águas de março a fechar o verão, sem maiores comentários sobre aquelas que abrem a mais esperada estação destes Brasis?????

Fico feliz que tenha percebido a pequena brincadeira, modesta homenagem (que, de tão acanhada, não chega a ser bem uma homenagem, mas uma lembrança ao grande Jobim), mesmo que eu não tenha destacado as águas de dezembro em aspas ou em itálico!

Beijo e um esplêndido 2007 a você!
=)

RIC disse...

... Olha, Lê, às vezes acerta-se, como na lotaria... Para mim, talvez até mais do que Jobim, é Elis quem me vem à mente a propósito dessa maravilhosa canção que eu canto há já tantos anos...
E pensei também que os cariocas não hão-de gostar de passar um Verão debaixo de chuva. Então e a praia, como é que fica?
Mas ainda bem que gostaste do comentário, meu querido amigo!
Desejo-VOS uma excelente passagem de ano! Quando eu vir aqui as imagens de Copacabana, vou estar a pensar em vocês! Prometo!
Que os teus melhores desejos se realizem em 2007!
Beijões e abrações da Princesa do Tejo para a Cidade Maravilhosa! :-)

Anónimo disse...

Ric
Quando um amigo parte, não ficamos apenas mais sós, mas principalmente ficamos muito mais pobres.
Um abraço.

Gray disse...

You wrote a lovely sentiment at the end of the post, Ric. Please accept my sympathies for the loss of your friend.

RIC disse...

Tens toda a razão, João. E no caso do Hans, muita gente ficou bem mais pobre.
Obrigado!
Um abraço! Que amanhã seja para ti um dia em cheio!...

RIC disse...

Hello dear Gray! I'm glad you took the time to translate those words. Thank you so very much!
It's so hard to say good-bye to such a marvellous human being...
(Please, dear Gray, keep on writing, will you? You know, it's not only the content that interests me, but also - and mainly - the artistry of your writing! I know, English is not my language, so I cannot judge well at all. That's true. But I'm acquainted with writing mechanisms and procedures, and you master them indeed! So humour me, okay?)

Tongzhi disse...

Segui o teu conselho. De facto a tradução dá "para os gastos".
Era mesmo ao filme que me referia. 33 anos... não fazia ideia!

RIC disse...

Boa noite, Tongzhi! Só te recomendei essa hipótese porque já a experimentei algumas vezes. De Alemão para Inglês ainda funciona mais ou menos, dá para os gastos, como tu dizes. Mas o inverso é hilário! E se metermos o Português na equação, é mesmo o fim da picada!
Pois são, meu caro... 33 anos. Quando me apercebi fiquei... de cara à banda.
O filme de hoje - italiano também - também foi bom. Acaba amanhã. Vale também pela paisagem humana...
Obrigado!

Tongzhi disse...

O filme de ontem não deu para ver. O serão foi passado à volta da mesa a conversar, "bebericar" chá e bolachinhas... é um programa que também me agrada muito :)

RIC disse...

... E é também muito saudável, sem dúvida!...