terça-feira, 18 de julho de 2006

O Meu Top 10 do Romance do Século XX

«Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és»

Hábitos antigos, viciosos ou virtuosos, não se perdem assim tão facilmente. Alguns não se perdem de todo. E ainda bem!
É Verão. Outras disponibilidades de tempo. Outras configurações mentais. Outras apetências. Outros desejos. Quando a tarde chega e o calor aperta, é sair da praia, tomar um duche frio (faz bem a muita coisa), fazer uma refeição ligeira acompanhada por litradas... de líquidos frescos e recostar-se consolado em boa companhia. Nunca tive qualquer jeito para aconselhar seja quem for quanto a manter ou a acabar uma relação. «Cada um sabe de si e...». Já quanto a leituras, o caso muda de figura.
Pela primeira vez desde que por aqui ando, vou explicitamente entrar na minha área de especialização: a das belas, excitantes, arrebatadores, inesquecíveis, retomáveis, fiéis amizades, paixões e amores com e pelos livros. Nos anais destas relações não constam traições, arrufos, infidelidades, rejeições, crimes passionais, abandonos, separações, divórcios ou simples amuos. Essas coisas, só nos romances. Vamos lá então ter com eles, que estão à nossa espera, quem sabe se para um caso bem tórrido...
Se algum género literário em particular pode caracterizar o século XX, é ele, sem dúvida, o romance. E aqui vos deixo, com a esperança de muitos enamoramentos, a minha lista dos dez melhores. Pois é, é a minha lista, não a de outrem qualquer, porque sabe muito bem passar a vida em revista e fazer, desfazer e refazer as nossas certezas. E as nossas listas também.

G. Tomasi Di Lampedusa, Il Gattopardo
Lawrence Durrell, The Alexandria Quartet
Gabriel García Márquez, Cien Años de Soledad
James Joyce, Ulysses
Franz Kafka, Der Prozess
Pierre Loti, Aziyadé e Les Désenchantées
Thomas Mann, Der Zauberberg (título mais opaco; em Português, A Montanha Mágica
Marcel Proust, À La Recherche du Temps Perdu
José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis
Marguerite Yourcenar, Mémoires d'Hadrien

Gosto muito de longos romances. Se os russos fossem todos tão bons tal como são longos, seriam os melhores romances do mundo... Tenho uma lista de mais 40 títulos que considero os melhores do século XX. Hei-de voltar a ela. Foi elaborada de tal modo que pode muito bem ser considerada representativa do panorama do romance de todo o Mundo. Divirtam-se!

I love rather long novels. If they were as good as they're long, the Russian would be the very best ones of all. I've got a list of other 40 titles I consider the best ones of the 20.th century. I'll be going back to it. It's been established in such a way that it may be considered most representative of novel panorama of the whole world. Enjoy lavishly!

3 comentários:

RIC disse...

Stupendo, proprio meraviglioso!
Ich hab die ganze Zeit gewusst, Portugiesich ist gar nicht so schwierig wie mancher sagt.
Stell Dir mal vor: ich hab Italienisch durch Französich in Belgien gelernt, als ich Niederländisch studierte... Wahnsinnig, oder? So ist ja Europa, glaub'ich.
Wunderbar, ich bin froh für Dich, sehr froh sogar, dass Du es so leicht und so gut verstehen kannst!
Prima!
:-)

RIC disse...

Goed zo! Met een man uit Amsterdam, hè? Lekker, zeker...
Ik heb ook zo een gehad, al lang geleden.
Trieste? Kenne ich. Bin dort vorbeigefahren, auf dem Weg nach Bukarest. Gott, so eine ganz verrückte Reise, einen vollen Monat lang, immer unterwegs. Heute würde ich gleich nach der ersten Woche bestimmt sterben. Naja, aber damals schmeckte's wie Honig...
:-)

RIC disse...

Very funny, Castor!...
In those days, driving as far as Bucarest meant reaching as far east as possible. Moreover, being a «languages freak» since school days, I wanted to test «in loco» whether it was really true that a Portuguese can understand Rumanian without much effort. The test was positive. So after coming back home, I learned a little bit and enjoyed the adventure very much.
As for Dracula, there was still no vampire tourism in the... (I'll write it in German) Karpaten. But I heard some stories about not only young brides but also young grooms... Nowadays, however, that wouldn't improve the image of the Count. Just imagine: Dracula (or Dracul, der Drache) seen as a bastard pedophile... So was gehört sich nicht, if you know what I mean...
Now seriously: the best of that trip was Budapest, Prague and... what else?... Vienna! Gosh, what a city! Its centre is a true open-air museum. And the memories I have of «manche Wiener»... One day I'll tell you all about it/them...
Vielen Dank nochmals, Castor! Schön dass wir einander getroffen haben. :-)