quarta-feira, 3 de outubro de 2007

D. Afonso VI, the Flabbergasted King

As Sancho II in the first dynasty, Afonso VI also revealed himself to be a rex inutilis, to use the happy phrase by the historian José Mattoso.

Afonso VI (Lisbon, August 21st, 1643 - Sintra, September 12th, 1683) was the twenty-second king of Portugal and the Algarves and the second of the House of Bragança, known as «o Vitorioso» (the Victorious) – all in all, History's pure irony…

At the age of three, Afonso suffered an illness that left him paralyzed on the left side of his body, as well as leaving him mentally unstable. His father created him 11th Duke of Bragança.

After the 1653 sudden death of his eldest brother Teodósio, Prince of Brazil and heir to the throne, Afonso became the heir-apparent.

He succeeded his father, João IV, in 1656 at the age of thirteen. His mother, D. Luísa de Gusmão (Medina-Sidonia), was named regent in his father's will.

His mental instability and paralysis, plus his disinterest in government, left his mother as regent for six years, until 1662. D. Luísa oversaw military victories over the Spanish armies at Ameixial (June 8th, 1663) and Montes Claros (June 17th, 1665), culminating in the final Spanish recognition of Portugal's independence on February 13th, 1668 in the Treaty of Lisbon, almost 28 years after Portugal had actually regained its independence as a sovereign State in 1640.

Colonial affairs saw the cession of Bombay and Tangier to England (June 23rd, 1661) as dowry for Afonso's sister, Catherine of Bragança, who made an unfortunate marriage to Charles II of England.

In 1662, Count of Castelo Melhor saw an opportunity to gain power at court by befriending the king. He managed to convince him that his mother was out to steal the throne and exile him from Portugal. As a result, Afonso took control of the throne, and his mother entered a convent.

He was married to Marie Françoise, Mademoiselle de Nemours et d'Aumale, daughter of the Duke of Nemours, in 1666, but this marriage would not last long. Marie Françoise – or D. Maria Francisca Isabel de Sabóia in Portuguese – filled for an annulment in 1667 based on the impotence of the king. The Church granted her the annulment, and she married Afonso's brother, Pedro, Duke of Beja, future Pedro II.

That same year, Pedro managed to gain enough support to force his brother to relinquish control of the government, and so he became Prince Regent. Afonso was exiled to the island of Terceira in the Azores, returning to Portugal in 1674. He died in the Sintra Royal Palace in 1683.

Legend or not, part of the floor in his quarters shows evidence of being worn out by someone who had walked to and fro indefinitely…

Gonzalo Torrente Ballester, the eminent Spanish writer, published in 1989 «Crónica del Rey Pasmado» (Chronicle of The Flabbergasted King).

Afonso's trial is the base for José Mário Grilo's 1990 film «O Processo do Rei» (The King's Trial).

RIC & Wikipedia

10 comentários:

Condessa disse...

Muito me apraz ver aqui escarrapachada um pouco de história da monarquia. Trago novas da Côrte... fosteis proclamado Voyeur Oficial da nossa nobre Alcova. Não vos acanheis portanto a espreitar-nos sempre que vos aprouver vivenciar emoções mais fortes.
Um apertado beijo... na face!

RIC disse...

Oh excelsa Condessa!
Por quem sois! É honra assaz subida a que me fazeis ao aceitardes este vosso humilde súbdito entre aqueles que têm o honroso privilégio de privar com Vossas Altezas! Conquanto não me tenha por voyeur, espreitar com algum recato tão belas e distintas personagens será para mim um incomensurável prazer!
Quanto a El Rei aqui escarrapachado e à sua história contada na língua de Shakespeare - para maior ilustração de estrangeiros menos atentos a estes fados -, dizem cronistas da época que, apesar de lerdo e desatinado, era figura de mui bom parecer, o que tem sempre a sua vantagem...
Ruboresço com tal beijo e ouso retribuí-lo!
A vós a minha gratidão!
:-)

Catatau disse...

Adorei o comentário da Condessa. Isto está a começar a ficar com pergaminhos, ejejejeje.
Realmente, também em Portugal, as intrigas de corte (ligações perigosas, rsrsrs), deram um ar da sua graça. Conta-se nos mentideros que D. Afonso VI, pela graça de Deus, rei de Portugal e dos Algarves, etc, etc, sofreu inúmeros exames ao seu hum... membro reprodutor. Diziam que teimava em ficar mole e que deitava um líquido espesso e malcheiroso. Enfim, disseram do pobre membro - e do desgraçado do D. Afonso - o que Maomé não diria do toucinho. O atestado de incapacidade foi bem urdido e eficaz para os fins em vista.
De resto, a nossa História é pródiga nalgumas peripécias picantes, envolvendo, por exemplo, D. Sebastião ou o infante D. Henrique... ;)

RIC disse...

Olá João!
Parece que sim! Vou ter de reler os clássicos para me imbuir do mui distinto discurso da época! Rsrs!
... E por que é que achas que tenho vindo a escolher a dedo estas «figuras maiores» da nossa História?... Rsrsrs!
Essa de «o que Maomé não dizia do toucinho» é simplesmente espantosa!
Coitado do Vitorioso... Fizeram-lhe a cama bem feita!... A Mademoiselle d'Aumale e o Pedrinho deram o nó e, algum tempo depois, cá tínhamos D. João V...
Peripécias picantes é o que não falta na História das casas reinantes europeias - ontem como hoje!
Um abraço, meu caro! :-)

Special K disse...

Olha que grande surpresa, ver por aqui o infeliz D. Afonso VI, rei que ganhou o seu cognome gra�as aos feitos da m�e. ser� que foi o �ltimo programa do Jos� Hermano saraiva que te lembrou este caso da nossa hist�ria?
Este � um dos epis�dios da hist�ria de Portugal que mais me toca. N�o vou dizer porqu� mas podes sempre tentar adivinhar.
Um abra�o

RIC disse...

Olá caro Paulo!
A História revela ironias de uma terrível crueldade!... Um pobre coitado que foi tramado por todos de todas as formas e feitios acaba por receber o cognome de o Vitorioso...
Há muito que não consigo ver os programas desse senhor: não creio que se faça boa História com base em opiniões muito pessoais e interpretações tiradas de cartolas de mágicos...
Como racionalista que sou, nunca fui muito dado à adivinhação nem à futurologia... Rsrsrs! Se quiseres contar, ficaria muito contente!
Um abraço, meu caro! :-)

GMaciel disse...

Nos tempos que ora correm e em vista do que vai proliferando pela desditosa blogosfera, é uma lufada de ar fresco vir até aqui, Ric.
Bem hajas, querido amigo.
jocas grandes

RIC disse...

Olá querida Graça!
Por que será que eu tenho, neste preciso momento, exactamente a mesma impressão que tu tens da «desditosa blogosfera»?...
Com algum sarcasmo, diria que é capaz de ser um «pendant» à atenção que nós portugueses em geral temos dado às questões escolares e educativas... E por aqui mesmo me fico, antes que diga o que não quero.
Se o DVPeA possa ser considerado uma lufada de ar fresco, não tenho como ajuizá-lo, minha cara, porque para mim continua a ser uma grande verdade que «elogio em causa própria é vitupério».
Não tens de me agradecer. Obrigado eu! O que aqui vai aparecendo é quase em exclusivo fruto da minha vontade e da minha catadura (excepção feita a algumas sugestões/influências muito bem-vindas!)
Beijinhos para ti também! :-)

Anónimo disse...

very interesting. I love reading history like this. Very educational.

RIC disse...

Hello dear M.!
I do thank you so very much for your kind attention.
(Another goal is also to have some good laughs about a few odd historical figures.)
:-)