terça-feira, 3 de julho de 2007

On the origins of Sebastianism


D. Sebastião, o Desejado, King of Portugal

Born on January 20.th 1554, Sebastian died on August 4.th 1578. He was grandson and successor of John III, and was under the regency first of his grandmother Catarina and then of his uncle Henry – a cardinal and later king – until declared of age in 1568.

Weak and sickly, Sebastian was imbued by his Jesuit upbringing with fanatic religious fervor, which he combined with a tremendous admiration for the military. Thus he viewed himself as a Christian knight and became determined to win glory by fighting the Muslim infidels in Africa.
An appeal for help from a pretender to the Moroccan throne gave Sebastian his opportunity. Having secured in 1576 a promise of aid from Philip II of Spain, who was his uncle, he spent vast sums of money in preparation for an expedition against Morocco.


In 1578, Sebastian set out with a large force of foreign mercenaries (but no Spanish) and landed in Morocco. His headstrong desire to command and his lack of experience led to defeat in the Battle of the Three Kings at Ksar el Kebir/Alcácer-Quibir. His army was wiped out, and he himself was killed. However, it was not known at the time that he was dead, and rumor had it that he had been captured. The legend that he would return persisted, and Sebastianism (a messianic religious belief) lasted well into the 19.th century.

His uncle Henry succeeded him and was the last of the Aviz kings. The crown then went to Philip II, and Spanish control of Portugal began and lasted until 1640.

According to the legend that turned into a myth as time went by, King Sebastian would return on a misty morning to save Portugal in its darkest hour. His historical nickname is therefore "o Desejado" (the one wished for).

The Columbia Encyclopedia, Sixth Edition.
© 2004, Columbia University Press.
All rights reserved.


This is the beginning of one of the most "productive", recurring themes in Portuguese culture, namely in Portuguese literature.
Up to the present day, no major Portuguese writer, poet, playwright could ever help referring to this topic in his/her work.
In "La Raya Quebrada" (The Broken Border), a Spanish documentary on the relations between Portugal and Spain through History, it is said of King Sebastian that "he was deprived of the desire for women". A pearl shaped euphemism…

RIC

24 comentários:

Anónimo disse...

And was he?
Or is it another "story"?
I beleive that you´re making a good "service" by showing portuguese history.
Our history is absolutly amazing and many, many europeans have no ideia of what Portugal and the portuguese made during teha past century´s.
Keep going!!:)

Anónimo disse...

Oi, Ric.
Mesmo aqui no Brasil foram criadas várias lendas populares sobre esse rei, principalmente nas cidades do interior.
Ele passou a ser visto por algumas pessoas como uma espécie de herói sobrenatural ou alguma coisa parecida com isso.
Bom, as pessoas têm quase sempre a tendência de criar idealizações sobre seres superiores que vão aparecer um dia pra salvar elas de todos os sofrimentos delas, pra derrotar todos os inimigos delas e tal. É uma espécie de mito universal, né? A gente vê esse tipo de crendice entre todos os povos, sem exceção.
Ah! Mandei um e-mail pra você, tá?
Abração!

dondon009 disse...

History has taught us so much about Spain and so little about Portugal, it's always a pleasure reading some of your historical posts.

To die at the tender age of 24 and having been "deprived of the desire for women" makes me question his fate..... instead of viewing himself as a Christian Knight and dying in battle, Sebastian could have possibly aspired to become Pope where he could have surrounded himself with handsome young men!

I attended a private Jesuit school as a young teen and left after one year to attend a non-sectarian academy.

Those Jesuits were certainly a "friendly" group of men. I was actually afraid of some of them.

HUGS~

DON

RIC disse...

Olá Bernardo!
Okay! In English for you too! An exception though...
From contemporary sources we cannot learn that he was in fact gay. Obviously. In those days, no one would dare to say «such a thing» about the king. However, there are far too many direct and indirect signs that allow us to make that inference.
As to this «service», that's something I've always tried to do: telling others about our History, but without those strange ideas of superiority that «we» were once an empire... I really don't care about that at all. All I want is to «talk» about some Portuguese that for one reason or another earned their place in History (both ours and world's).
Bloggosphere is also a great place to exchange this kind of information!
Thanks a lot, dear Bernardo! :-)

RIC disse...

Olá Leo!
Enquanto escrevias aqui o teu comentário estava eu a responder ao teu e-mail! Bela coincidência!
Quanto ao Sebastianismo, é verdade que cheggou ao Brasil, no século XVII, sobretudo ao Nordeste. A figura mais importante dessa época é, evidentemente, o Padre António Vieira e o mito do Quinto Império.
Eu não lhe chamaria crendice. Trata-se quase de uma característica inerente à alma de um povo. É sem dúvida messiânico, mas não há como lhe ser devoto, uma vez que não pode haver um «culto institucionalizado».
E, já agora, fica aqui o registo de que o nome completo do Rio, fundada em 1556, é «Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro», assim chamada em honra ao rei. Ou seja, tu hoje podias viver em S. Sebastião, tal como os paulistas em S. Paulo... Curioso, não é?
Abração! :-)

RIC disse...

Hello dear Don!
This Blogger thing has gone crazy again! F*ck them all, those guys always making stupid experiments!
I'm as furious as a bull can be! Do you know how many comments I've lost today?! FIVE!!! Five long texts down the drain!
Now it happened again!
Sorry, dear Don, but I'm tired and I just don't feel like writing everything again...
I'll send you an e-mail tomorrow after I finish a translation I have to start now. Oh I'm as mad as hell!!!

Hugs, dear friend! :-)

T-Bird disse...

I knew **none** of this. Different countries have had the human figure that they thought would magically reappear from long absences. A strange recurring theme, human kind seems pre-wired top believe this.

I threw down the gauntlet tonight on my site.
http://saturdaynightsoulsoup.blogspot.com/2007/07/impeach-bush-and-cheney-now.html

Anónimo disse...

Tive uma peripécia, um dia em Agosto, em Alcácer-Quibir, quando resolvi ir "avaliar" o terreno da refrega (uma planície semi-deserta, com arbustos aqui e ali, atravessada por um fino fio d'água). Não queres saber que "escolhi" precisamente o dia da batalha e da festa que os marroquinos fazem em torno do que eles chamam a batalha dos reis?! Um festão, é o que te digo. Bem tentei falar francês, mas a matrícula do carro denunciou-me: levei um "baile" do caraças e uma quantidade de sorrisos generosos e complacentes. Isto é o que se chama "dormir (salvo seja!), com o inimigo", rsrsrsrrs...

Tongzhi disse...

Eu tenho um certo carinho pelo Sebastianismo. No fundo é um sentimento algo positivo. Nada como aquele veiculado pelos "Velhos do Restelo".
Por exemplo, ontem quando ia a caminho de Sintra, no meio de um enorme nevoeiro, pensei que a qualquer altura viria o cavalo branco com um "D. Sebastião"... mas nada!!!

Oz disse...

Sempre achei muito curioso o mito do sebastianismo, até quando se estabelece a relação com o culto do marianismo e do Quinto Império em Portugal, pois isso diz-nos muito sobre a nossa postura no mundo. No fundo, o nosso país continua à espera que um D. Sebastião apareça montado num cavalo num dia de nevoeiro...
Abraço.

RIC disse...

Hello dear Will!
I've seen it already on your blog. Well, this time you're really committed to throw them now! Good for you! If they stay in office until the end of their mandate, I do fear many terrible things will happen yet...
As to Sebastian, well, I think he's our kind of «deus ex machina»... The problem is no one can just sit and wait for a saviour to come and to deliver them. And this may become quite a serious situation!
Best wishes! :-)

RIC disse...

Olá João M.!
Que história deliciosa! Esqueceste-te que a batalha dos Três Reis ocorrera em Agosto e ainda por cima foste ao sítio no próprio dia! Que pontaria! Rsrsrs!
Não consigo imaginar o que os marroquinos poderão ter pensado, mas, pelo menos para alguns, da fama de masoquista não te safaste! Rsrsrs!
Que cena incr+ivel! Dormir com o inimigo? Pois, não é, quem sabe?...
Abraço! :-)

RIC disse...

Olá Tongzhi!
Poético, é sem dúvida. Já quanto a ser assim tão positivo, tenho as minhas dúvidas. Quanto ao Velho do Restelo é mais aquele símbolo de todos os que se defendem do futuro e da mudança e vaticinam desgraças.
O sebastianismo, num certo sentido, tem uma consequência nefasta: a de nos deixar à espera do paizinho que há-de vir para pôr ordem na nossa vida. Depois, vemos no que dão os salvadores...
Quanto a um encontro com um belo cavaleiro montado num cavalo branco, algures num cenário de nevoeiro (Sintra vem mesmo a calhar!), bem, isso já é outra história! Rsrsrs! Ninguém recusaria um encontro desses, acho eu! E ele não seria o paizinho de todo! Rsrsrs!
Um abraço! :-)

RIC disse...

Olá Oz!
... E o problema não estará tanto em que D. Sebastião regresse ou não, mas sim no facto de ficarmos à espera... E enquanto esperamos que ele venha (tal é a fé...), o resto fica por fazer...
Acresce a componente psicanálítica da história: um filho que anda à procura de UM pai (qualquer) não é pela certa de boas famílias... Se é que me faço entender...
Rsrsrs!
Abraço, meu caro! :-)

Anónimo disse...

Meu caro Ric
como sabes sou um apaixonado por História e não poderia nunca "passar ao lado" de um texto deste teor; além do mais, pesa também algo extra-história, como toda a lenda sobre a figura física do rei, o seu nome e tudo o que envolve esse nome (o santo, por exemplo).
O problema maior é que o sebastianismo levaria um imenso tempo para se dissecar, desde o que é lenda e o que não é, sobre a influência na nossa maneira de ser, tão portuguesa, de esperar por algo, alguém, um milagre...
É uma figura que gostaria de ver um dia bem documentada e também bem ficcionada (Manuel Olveira já o fez, no seu estilo).
Adorei o comentário do Catatau, é mesmo dele...
Abraço.

RIC disse...

Olá João C.!
Como creio que calcularás, afectiva e ideologicamente muito pouco me liga a este tipo de «fenómenos»... Talvez seja excessivamente crítico, reconheço, mas estou em crer que, enquanto povo, desperdiçámos a nossa oportunidade de ouro, quando, a partir de D. Manuel, mas sobretudo depois, com D. João III, deixámos ao desbarato tudo o que o Infante e D. João II tinham sonhado...
Poética e culturalmente poderá ser muito «bonitinho», mas na prática só vejo consequências bem nefastas...
Se este édito está aqui é apenas porque sei que este tema é «estruturante» (que chique que eu estou hoje!... Rsrsrs!) da nossa cultura. De outro modo, não lhe daria importância. Sonhar acordado não faz o meu género!
Um abraço! :-)

Special K disse...

Metram-lhe muitas ilusões na cabeça. Era uma empresa condenada ao fracasso quase desde o início. Talvez por isso Filipe II retirou o seu apoio, quem sabe já prevendo o desfecho final da história e sentindo a corôa portuguesa a cair-lhe nos braços. Naquela batalha caíram 3 reis, mas foi Portugal que perdeu.
Quanto à orientação sexual do rei, acho que é um dos tabus da nossa história.
Gosto de história, adorei o teu post.

dondon009 disse...

This post has inspired me to write about King James I of England, VI of Scotland (sponsor of the first edition of the English Bible commonly known as the "King James Version").

It seems that King James I had difficulty following the teachings of the bible he so willingly endorsed!

DON~

RIC disse...

Olá Special K!
Eu também adoro História! E fiquei sempre dividido entre as Línguas e as Letras, onde desde cedo me movimento à vontade, a História, uma forma de saciar a minha curiosidade por um passado que me ajude a perceber melhor o aqui e o agora, e a Geografia, que me levava para todos os cantos do mundo por meio de um simples atlas...
Até hoje! A blogosfera é um fascínio também pela viagem constante e inesperada que representa para mim...
O Felipe II era um grande ratão e deve ter visto que o sobrinho gostava demais de armaduras... Rsrs! E não passava de uma criança crescida... Não creio que em relação a ele, a D. Sebastião, o tabu seja tão grande como em realação ao Infante. A mim - e isto nada tem de racional - custa-me mais conceber o Infante como possível homossexual. Porquê? Não sei explicar...
Fico contente por teres gostado! A História é um filão que também se explora aqui!
Abraço! :-)

RIC disse...

Hello dear Don!
How marvellous, dear friend! I feel honoured indeed! :-)
As to some - important - British kings I admit I know very few details about their lives and deeds, something I'll be looking into quite soon, promise!
We have a saying that goes more or less like this: «Brother Thomas preaches rather well; do what he says, don't do what he does.»
(It rhymes in Portuguese, of course!)
I'm looking forward to reading about James I of England!
Um abraço! :-)

Jack disse...

Always pleasure to read these little History out takes.

Thanks!?

RIC disse...

Hello dear Joel!
You're welcome! That's why I try not to go into long, boring details. Those who get interested in the subject can go and read an article or a book about it.
Hugs! :-)

Gumby disse...

I love that euphemism!

RIC disse...

Hello dear Gumby!
So do I, dear friend, so do I...
You just cannot imagine the wonderful laughs I had upon listening to those words!... fabulous indeed!
:-)