Qu'Amour cherche autres tours et autres ruses
Pour me tuer, qu'il cherche d'autres feintes;
Il ne saurait m'ôter mes espérances
Puisqu'il ne peut m'ôter ce dont je suis privé.
Voyez de quels espoirs je me nourris!
De quelles périlleuses assurances!
À la dérive sur la mer houleuse
Je ne crains ni revers ni changements.
Mais s'il ne peut y avoir déplaisir
Où l'espoir fait défaut, Amour pour moi
Abrite un mal qui tue sans être vu;
Car depuis bien longtemps il a mis en mon âme
Je ne sais quoi, qui naît je ne sais où,
Vient je ne sais comment, et blesse, mais pourquoi?
Trad. de Maryvonne Boudoy et Anne-Marie Quint
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Pois mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Pois não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;
Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê.
Luís Vaz de Camões
19 comentários:
Acho estranhíssimo ler Camões em francês!!!
Poderá parecer estranhíssimo, mas é indubitavelmente belíssimo!...
Um abraço!
Concordo contigo, Ric.
A sonoridade da língua francesa adapta-se maravilhosamente à genialidade dos versos camoneanos.
Abraço.
Vocês são dois poliglotas!!!
Eu é mesmo mais raiz quadrada ;)
MEUS CAROS AMIGOS!
É JÁ GARANTIDO O MEU REGRESSO!!!
ESTOU EM MINHA CASA, COM A MINHA LIGAÇÃO À INTERNET!!!
... A felicidade, por vezes, vem de coisas tão... simples...
Para todos, um ABRAÇÃO!!!
I'M BACK IN BUSINESS!!! WOW!!!
HUGS!!!
Estimado RIC,
Que bem soa Camões em francês!
E que bem fala do amor em português...:)
A conclusão do soneto está particularmente feliz. São três versos que "sinto" muitas vezes!
Alegro-me por teres resolvido os problemazitos...e estares de regresso, como deve ser!
Grande abraço
Je n'ais jamais lu Camoens
Olá Maurice!
Finalmente, não é?...
Creio que nunca mais hei-de acreditar em técnicos desconhecidos: a crer no que ele me disse, esta máquina estaria há muito no caixote do lixo! Será possível tanto vigarista neste país (ou mundo, o que dá no mesmo)...
Senti a tua falta!
E agora estou a habituar-me, de novo... Mas ainda não me parece verdade...
Eu também gostei particularmente deste soneto em francês.
Um abraço apertado!
Bonjour, Joël!
Que je suis ravi de pouvoir te relire chez moi! Comment ça va, mon cher? Je te visiterai bientôt. Tu m'as trop manqué!
J'espére que tout soit bien avec toi et je te souhaite tout le meilleur!
Je t'embrace, mon cher! :-)
Oi, Ric!
Há quanto tempo, hein!rs
Muito bonito o poema.
Abração, amigo!
Vou passar por cima do soneto em Francês (ninguém é perfeito, «né»?;-)), só para dizer que folgo muito em saber do teu regresso a 100%.
Uma óptima sexta-feira para ti!
Beijinhos :-)
Oi, CARIOCA!!! Tudo bem com você, amigão? :-)
É, parece que finalmente estou de volta... Muito obrigado pelo apoio que me foste dando ao longo destes mais de dois meses! Valeu!
Um grande abraço! :-)
Olá Carla!
Do fundo do coração, muito obrigado pela «forcinha» ao longo deste tempo infindo... Por todas as razões e mais alguma (que já conheces), espero bem que agora seja de vez! (Isola!!!)
Para ti, minha querida, um excelente fim-de-semana! :-)
é fantástico como Camões consegue ser um poeta moderno... Os últimos versos podiam ter sido escrios por Pessoa :)
«Romeiro, romeiro, quem és tu?»
Olá, Ny!
Obrigado por mais uma visita tua!
Aquilo a que chamamos «modernidade de um autor» poderá bem ser o resultado da sua capacidade de apreender a essência do Homem, da vida, do universo - o génio.
Um abraço!
Soube-me bem ler este poema a esta hora!
Abraço
Ainda bem, meu caro Bernardo, ainda bem!... Fico feliz por ti.
Um abraço amigo!
Camões, o eterno enamorado...
... E o eterno sofredor, também...
Abraço! :-)
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