Pela estrada plana, toc, toc, toc,
Guia o jumentinho uma velhinha errante
Como vão ligeiros, ambos a reboque,
Antes que anoiteça, toc, toc, toc
A velhinha atrás, o jumentinho adiante!...
Toc, toc, a velha vai para o moinho,
Tem oitenta anos, bem bonito rol!...
E contudo alegre como um passarinho,
Toc, toc, e fresca como o branco linho,
De manhã nas relvas a corar ao sol.
Vai sem cabeçada, em liberdade franca,
O jerico ruço duma linda cor;
Nunca foi ferrado, nunca usou retranca,
Tange-o, toc, toc, moleirinha branca
Com o galho verde duma giesta em flor.
[...]
Guerra Junqueiro
«O Menino da Sua Mãe», por exemplo, fora votado ao ostracismo (vulgo: censurado) desde que, ainda nos anos 30, Fernando Lopes-Graça o musicara e, mais tarde, no início da década de 60, rebentara a guerra colonial.
Se mais exemplos não houvesse para ilustrar o mal que 50 anos de ditadura miserabilista e de estupidez acarinhada pelos senhores do regime e instilada nas frágeis mentes nacionais, bastaria recordar estes casos para admitir e reconhecer sem ambiguidades que um genuíno grande português − como Camões, Pessoa ou Sousa Mendes − jamais estarão no mesmo plano de um miserabilista pacóvio que destruiu todas as justas ambições de um povo, manietando-o numa «mesquinha, apagada e vil tristeza».
Parabéns à RTP1 por, mais uma vez, nos ter cabalmente mostrado a menoridade mental que teima em nos escravizar, e da qual − pelos vistos... − não parecemos ter o ínfimo desejo de nos libertar.
15 comentários:
O que a RTP1 apresenta é realmente denegrente. Não sei que caminho é que esta estação quer seguir com programas tão reles como o que passaram "Grandes Portugueses" que nunca vi, nem verei.Que trouxe a público uma personagem da nossa história que todos queremos que fique esquecida,fez com que um partido politico com ideais completamente idiotas colocasse um cartaz patetico na rua, fez com que a população parva de Santa Comba Dão quisesse que o governo patrocinasse um museu da Besta e concluindo foi, francamente, uma ideia muito má a deste programa.
Abraço
What where when how why?!
Eu não tenho palavras para dizer o que penso. Confesso que a certa altura deixei de me interessar pelo programa. Custava-me a acreditar que isto fosse acontecer...
Enfim, ganharam as "Melodias de Sempre" onde o poema do Guerra Junqueiro foi tantas vezes cantado.
Amigo Ric
deixemos as coisas tristes que já estavam gastas antes de serem usadas, para apenas me alegrar deveras com esta tua presença aqui. Definitiva? Espero que sim.
Forte abraço.
Hello, dear Ric! Thank you, thank you, thank you for posting again!
From what I have been able to read on the Internet, there are about 8 more stanzas or parts of this poem. My translations are poor, but from what I gather, it is a sad poem of a sad period of war (are there any other kind?).
Once again you have made me research a subject - I love it!
I am so happy that you have your computer back and I look forward to reading more.
Confesso que fiquei muito satisfeito com a Vitória do meu patricio.
Tão satisfeito fiquei, que acabei mesmo por votar nele.
Mas votei nele, não porque o considere o maior português de sempre. Simplesmente porque os verdadeiros "democratas" e lutadores anti-facistas que falaram na final, deram o melhor exemplo do que é ser anti-democrático. Aceitar as regras é ser democrático, mesmo que essas regras conduzam a resultados que não nos agradam de todo. Não foi isso que eu vi. Vi uma cambada de idiotas, cheios de medo de se falar de um homem que já morreu à quase 40 anos. Vi uma cambada de "democráticos" a recusar o resultado de uma votação, com a qual tinham inicialmente concordado.
Não sou salazarista, mas também não acho que é apagando da história ou modificá-la que vamos lá.
O salazarismo não é o único ponto negro da nossa história. Nos últimos 40 anos, há muitos pontos igualmente negros.
A história não deve ser condicionada pelo pensamento político.
Só tenho pena é que, não se tenha a proveitado melhor o programa. Só tenho pena que, por não se concordar com o resultado da votação, não se tenha discutido mais sobre a nossa hisória.
Só tenho pena que ninguém tenha tirado ilações sobre o resultado.
Só tenho pena de não ter visto aceitarem o resultado de forma democrática.
Só tenho pena que, apesar de decorridos 40 anos de democracia, ainda haja quem pense (como o Salazar pensava) que a melhor forma de combater os adeversários é calá-los.
Só que agora, pelos visto, é democraticamente possivel fazê-lo.
Orgulhosamente.........
(Um parvo de Sta. Comba Dão)
Claro que se o "Salazarismo" ou seja ditadura ainda estivesse implementada em Portugal jamais teria existido este programa e jamais se teria podido votar DEMOCRATICAMENTE.
Em relação à população parva de Santa Comba Dão só enfia a carapuça quem achar que ela lhe serve.
Bem, talvez não se tivesse realizado o programa no tempo de Salazar, se calhar porque ninguém se lembrou, porque bem vistas as coisas, era um concurso bem ao jeito de "A aldeia mais portuguesa de Portugal".
Depois, democraticamente, o Salzar ganhou. Ponto final.
Custa a engolir, eu sei que sim. A mim também.
O que eu acho é que ele tem tanto direito a ser lembrado como os que contra ele lutaram. Nem mais nem menos. Jamais me passaria pela cabeça colocar adjectivos menos própios a alguém que quisesse fazer um museu em honra do A. Cunhal. Assim como nunca me passou pela cabeça riscar o A. Cunhal da nossa história.
Salazar faz parte da nossa história, quer queiram quer não e é, para todos os efeitos, o maior português de sempre, assim como Monsanto é a aldeia mais portuguesa de Portugal.
(goste-se ou não, concorde-se ou não)
Democraticamente disse...
LOL
Cada um fica com a sua opinião.
É dos tais temas que nunca mais acabariam de ser debatidos.
Bom fim-de-semana.
Ainda bem que estás de volta... Abraço,
PARA JÁ, APENAS UM COMENTÁRIO:
Se há quem hoje (com todo o direito) defenda o seu patrício com convicções aparentemente não muito sólidas é porque - graças a Deus! - não viveu nos anos de chumbo. Não é a política do dize tu direi eu que aqui me interessa, mas sim as consequências que um regime de 50 anos teve na configuração da actual mentalidade portuguesa. Tudo o mais, sinceramente, não me interessa... É uma polémica de que prescindo de bom grado.
Tudo o mais que possa dizer prende-se apenas com a lamentável ignorância que episódios como este revelam.
Quanto ao Teddy Bear em particular, gostaria sinceramente de poder perceber-te melhor, mas sei que não posso: vivi o Estado Novo ainda alguns anos. É quanto basta.
Obrigado a TODOS por estarem tão atentos ao que aqui vai podendo ser registado. Não farei quaisquer promessas, porque sei que poderão não passar disso mesmo. Por agora e nas semanas mais próximas... Não temos o leme da vida nas mãos... Desiluda-se quem pense o contrário!
A TODOS um grande e estreito abraço de muita amizade!
To JOEL!!!
Are you becoming a journalist, dear friend? Those questions are the very beginning of any piece of news... I wish you the best! And I miss you a lot!
To GRAY!!!
Hello, dear friend! I'm so glad we're back in touch again! I can only hope I'll be definitely back - the former way! - real soon! Until then I'll manage the situation the best way I can... I wish you all the best!
Oh yes! The poem is in every sense very, very poor and sad... Those were the «lead days» in a Portugal not so long ago...
Hugs!
ABRAÇOS PARA TODOS
& HUGS FOR ALL!!!
RICARDO
Seja bem vindo de volta!
Lá por casa deve andar um exemplar desse livro. :)
As sad as the poem might be, I feel a great sense of joy in knowing that you have returned!
I hope all is well, and please believe that you were missed.....
Love you, dear friend
DON~
Um concurso televisivo vale o que vale... Confesso que o resultado ate me deixa um pouco acanhada mas, nem vou entrar por aí...
Queria sim deixar um abraço saudoso e que seja muito bem-vindo!
Beijinho! :-)
rmunfm
come back little ricky!!!
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