quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Wilhelm Reich

He was an Austrian psychiatrist and psychoanalyst (March, 24.th 1897 - November, 3.rd 1957).

Reich was a respected analyst for much of his life, focusing on character structure, rather than on individual neurotic symptoms.

He was in many ways ahead of his time in promoting healthy adolescent sexuality, the availability of contraceptives and abortion, and the importance to women of economic independence.

His biographer Myron Sharaf writes that Reich's work left a deep impression on influential thinkers such as Alexander Lowen, Fritz Perls, Paul Goodman, Saul Bellow, Norman Mailer, Robert Anton Wilson, and William Burroughs.

He is best known for his studies on the link between human sexuality and emotions, and the importance of what he called "orgastic potency"; and for what he said was the discovery of a form of energy that permeated the atmosphere and all living matter, which he called "orgone". He built boxes called "orgone accumulators", which patients could sit inside, and which were intended to harness the energy for what he believed were its health benefits. It was this work, in particular, that cemented the rift between Reich and the psychiatric establishment.


Reich was living in Germany when Adolf Hitler came to power. Labelled a communist Jew by the Nazis, he fled to Scandinavia, before taking refuge in the United States in 1939. But in 1947, following a series of critical articles about orgone in "The New Republic" and "Harper's Monthly Magazine", the U.S. Food and Drug Administration (FDA) began an investigation into his claims, and, in 1954, won an injunction prohibiting the interstate sale of orgone accumulators. Two years later, Reich was charged with contempt of court for violating the injunction. He insisted on conducting his own defence, which included sending copies of his books to the judge.
In June 1956, he was sentenced to two years in Federal prison. Later that year, several tons of his publications were burned by agents of the FDA.
Reich died in his sleep of heart failure in the federal penitentiary in Lewisburg, Pennsylvania, shortly before he was due to apply for parole. Not one psychiatric or established scientific journal carried an obituary.

Two of his major works:
Massenpsychologie des Faschismus, 1933 (original Marxist edition, banned by both the Nazis and the Communists); Mass Psychology of Fascism;
Listen, Little Man!, 1945.

For further details on his life and work (his bibliography is quite extensive), please confer this article in Wikipedia.

A título de repto, eis algumas citações de Escuta, Zé Ninguém!
(Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1974)

«Deixas que os homens no poder o assumam em teu nome. Mas tu mesmo nada dizes. Conferes aos homens que detêm o poder – quando não o conferes a importantes mal‑intencionados – mais poder ainda para te representarem. E só demasiado tarde reconheces que te enganaram uma vez mais.»

«Tu mesmo te desprezas, Zé Ninguém. Dizes: «Quem sou eu para ter opinião própria, para decidir da minha própria vida e ter o mundo por meu?» E tens razão. Quem és tu para reclamar direitos sobre a tua vida?»

«Queres saber o que és, Zé Ninguém? Ouves os anúncios publicitários dos teus laxantes, das tuas pastas de dentes e desodorizantes. Mas não ouves a música da propaganda. Não distingues a abissal estupidez e o mau gosto de coisas que se destinam a ficar-te no ouvido.»

«Sei que és uma criatura capaz, sólida, com qualidades de trabalho, tal como uma abelha ou uma formiga. Tudo o que tentei foi pôr-te à mostra o que tens de medíocre e te destrói a vida há já milhares de anos. És grande, Zé Ninguém, quando não és medíocre e mesquinho. A tua grandeza é a única esperança que nos resta a todos. És grande quando desempenhas com gosto a tua tarefa, quando trabalhas na alegria a madeira, quando constróis, quando pintas e embelezas os teus espaços, quando trabalhas a terra, quando contemplas o céu na quietude e te comprazes na existência dos animais simples, no orvalho, quando danças e cantas, quando amas a beleza dos teus filhos, o corpo do homem ou da mulher que escolheste; quando vais até um planetário tentar entender o espaço ou a uma biblioteca ler o que pensaram da vida outros homens e mulheres. És grande na tua velhice, com o teu neto no colo, dizendo-lhe como foi outrora, respondendo à sua curiosidade confiante. És grande quando és mãe, embalando o teu filho nos braços, o coração cheio de esperança de que para ele venham melhores dias, a felicidade que, hora a hora, lhe vais construindo.»

RIC

18 comentários:

Jack disse...

Interesting.

So was he miss understood for his time or were is findins maybe not totally correct?

Anónimo disse...

Eis um psiquiatra com alturas de lucidez! ;)

lampejo disse...

És grande quando sabes desfrutar a tua vida, e lhe dás o devido significado...

Tongzhi disse...

Pegando no que diz o Catatau, acrescentaria - há poucos!

RIC disse...

Hello dear Joel! I believe both reasons are right. But then again he wasn't so lucky or fortunate after all, living as an immigrant in the USA of the 50s...
Best wishes! :-)

RIC disse...

Olá João M.! Pela qual pagou tão caro nos Estados Unidos dos anos 50, com o seu infindo espectáculo de caça às bruxas...
Abraço! :-)

RIC disse...

Olá Lampejo! «Poucas mas boas»... Sintetizas muito bem uma das «lições» de «Escuta, Zé Ninguèm!»...
Obrigado!
Abraço! :-)

RIC disse...

Olá Tongzhi! É «curioso» como a História nos mostra à evidência que a maior parte daqueles que se revelaram adiantados em relação ao seu tempo foram tão facilmente rotulados de dementes... Eis uma das mais graves desvantagens dos escrutínios das maiorias... «If you know what I mean»...
Um abraço! :-)

Anónimo disse...

Confesso que tenho um conhecimento um pouco vago sobre Wilhelm Reich e a sua obra.
Sempre o integrei num grupo um bocado heterogéneo, se calhar, estou mal informado: Rosa Luxembourg, B.Brecht, etc.
Mas ao ler estas passagens de "Escuta, Zé Ninguèm", ficou-me uma vaga sensação de uma espécie de "Pricipezinho" para adultos...
Fiquei deveras curioso.
Um abraço.

RIC disse...

Olá João C.! Heterogéneo, sim, e muitíssimo heterodoxo! É muito curiosa e interessante a tua comparação com «O Principezinho»...
Nos finais de 70 era uma das leituras sacramentais, tal como a «Psicologia de Massas do Fascismo»...
Abraço! :-)

Maurice disse...

Ric,

Tu insistes em colocar à vista a minha ignorância! :)
Não conhecia o dito senhor. Mas fiquei curioso!

Abraço

RIC disse...

Olá Maurice! Ai, ai, ai, meu caro, «menos»... 'Tá bem?...
A título de breve explicação, a minha formação é basicamente em Línguística e Literatura, mas tive o privilégio de conviver durante muitos anos com alguém de Filosofia. A minha curiosidade ter-me-á ajudado...
Como calculas, não tenho qualquer intenção de «descobrir carecas», mas sim de fomentar interesses!
Obrigado!
Um abraço! :-)

Anónimo disse...

Assim como o Pinguim, também não sei muita coisa sobre esse autor...
Quanto à expressão ´´Zé Ninguém``, também é usada aqui no Brasil.
Abraço!

RIC disse...

Olá Carioca! Quando as nossas democracias começam a revelar vícios difíceis de exterminar pelos cidadãos, talvez valha a pena ler ou reler aqueles que se confrontaram e viveram situações políticas extremas...
Um abraço! :-)

Gray disse...

I back, Ric, but not feeling too well. I'll try to post soon - I know that I have been promising to do that. But, this is the first time since the 28th of January that I have even felt like reading blogs.

About Mr. Reich: I have always found it interesting and, in some ways, hypocritical how the USA (and many other countries around the world) were so vocal about the Nazis burning books and yet we and others have burnt books as well!

I guess, if we cannot agree, we must destroy the item or items that offend us.

RIC disse...

Hello my dear Gray! It seems this winter isn't being so generous for some of us... I wish you're finally getting rid of that damned staph! What an adventure, dear Lord! I'm sure you haven't been feeling like reading or writing... Quite understandable!
As to the burning of Reich's writings, I must tell you I was quite shocked. I wouldn't ever dream a State Agency would do something like that, even in the days when hunting down witches was paramount in the USA...
If everything each and every one of us dislikes were to be destroyed or burned, we'd be still living in caves, I'm sure!
Wish you the best, dear Gray, and hope to be reading you again really soon!
Hugs! :-)

Anónimo disse...

We will incarcerate a man for trying to help us with our health if we 'think' he's a quack. But a president can take our men and women and send them into war with no questions. Americans are very very sad and confused.
The FDA has done this many times before. I'm sure that not everything they have haulted study on was of importance, but just imagine if one or two discoveries were silence because of them.
Cheers,
kb

RIC disse...

Hello dear Wayne! All I wanted with this post was to evoke Wilhelm Reich and his writings both on fascism and democratic society... Then I checked what Wikipedia says and... Well, you've read it...
Although it happened in the 50s, I guess things haven't changed that much, either in the USA or elsewhere in the «democratic world»... One or two discoveries would be more than too much, that's more than certain!
Thank you very much, dear friend!
Hugs! :-)