RIC
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
I miss you all so much... / Tenho tantas saudades...
RIC
Editado por RIC às 20:31 31 comentário(s)
Separadores: Quotidianos
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
Da Língua Portuguesa (6)
"Ein jeder, weil er spricht, glaubt, auch über die Sprache sprechen zu können."
Qualquer um, porque fala, julga que também sabe falar sobre a língua.
Johann Wolfgang von Goethe
1. A propósito duns canhões...
[Língua Portuguesa Online - Priberam] «Canhão» –
Do Castelhano «cañón»: peça de artilharia; extremidade inferior da manga do vestuário, quando é sobreposta ou finge sê-lo; cano da bota;
Ornitologia: cana de penas grossas nas asas das aves de rapina;
Brasil, popular: mulher feia, sem atractivos; bruxa.
[Porto Editora da Língua Portuguesa] «Canhão» –
1. Boca-de-fogo, fixa ou móvel, de elevado calibre, destinada a projectar granadas, com base na força expansiva dos explosivos;
2. Designação genérica para obuses, peças de artilharia e as armas sem recuo, de calibre elevado;
3. Casaco: extremidade inferior da manga, quando é sobreposta ou parece sê-lo;
4. Cano de bota;
5. Peça do freio;
6. Peça da fechadura onde entra a espiguilha da chave;
7. Tubo do microscópio;
8. Regionalismo pejorativo: mulher ordinária.
Obrigado aos canhões, que tanto cirandaram para – propositadamente – deixarem tudo na mesma. Há agora, porém, que abrir novo verbete para dar entrada ao género masculino… Ou deverei entender o uso como uma ínvia referência travestida? Oh, o mau gosto! De longe, prefiro a forma "canastrão", por muito mais pitoresca… Lembro‑me de que, quando a beleza delas ofuscava, lhes chamavam «canhões de artilharia», tal qual, com todas as letras. Será o caso vertente?
2. A poeta ou a poetisa?
Juro que nunca entendi esta pretensão pseudofeminista (na minha opinião), mesmo quando veiculada por poetisas cuja obra venero: Natália Correia e Sophia de Mello Breyner Andresen.
O par «o poeta – a poetisa» refere pessoas de sexos diferentes a exercer uma mesma actividade, e o par «o poeta – a poeta» refere… exactamente a mesma coisa e faz guerra preventiva a quem achar o contrário.
A língua é aqui pretensamente forçada a evoluir para satisfazer uma ideologia. Como se uma andorinha fizesse a Primavera, ou seja, como se qualquer língua natural se compadecesse da vontade – por mais nobre e sublime – de um só e único falante…
RIC
Editado por RIC às 11:59 39 comentário(s)
Separadores: Linguística
domingo, 4 de fevereiro de 2007
Whenever time matters so little…
Sempre que se consegue que o tempo tenha pouca importância…
Encerrando um fim‑de‑semana em que o tempo escorreu mole e dolente.
Closing a weekend where time went by sluggishly and sorrowfully.
RIC
Editado por RIC às 23:25 18 comentário(s)
Separadores: Quotidianos
sábado, 3 de fevereiro de 2007
«Music is a never-ending novel»…
His innovative concerts led to his appointment firstly as contemporary music adviser to Edo de Waart and the San Francisco Symphony, and then as the orchestra's composer-in-residence between 1979 and 1985, the period in which his reputation became established with the success of such works as "Harmonium" and "Harmonielehre".
Of John Adams's compositions, the best known and most widely discussed is his opera "Nixon in China", winner of the 1989 Grammy for "Best Contemporary Composition". With this opera, the composer brought contemporary history vividly into the opera house, pioneering an entire genre of post-modern music theatre.
Adams's second opera, "The Death of Klinghoffer" had its premiere at the Brussels Opera in 1991. Described by "Newsweek" critic Katrine Ames as "a work that fires the heart," it has also been seen in Lyon, Vienna, New York and San Francisco and was given its United Kingdom premiere by the BBC SO during the 2002 January Composer Weekend dedicated to Adams's music. Depicting the 1985 murder of American Leon Klinghoffer by Islamic terrorists on the cruise ship "Achille Lauro", the opera has been criticized by some Jewish and Muslim groups as not being even-handed. John Adams has said that much of the controversy may stem from the fact that the terrorists are not portrayed as “poster board villains” in the opera.
His next stage work, entitled "I Was Looking at the Ceiling and Then I Saw the Sky", is described as a "song play", scored for seven singers and an onstage band of eight instrumentalists.
Adams's newest opera, "Doctor Atomic", premiered October 1.st 2005. The action is centred on the very first test of the atomic bomb, and is mainly about J. Robert Oppenheimer.
Adams has in his mature work harnessed the rhythmic energy of Minimalism to an extraordinary harmonic palette and fertile orchestral imagination, with the strong influence of late-Romanticism evident.
For his Violin Concerto, Adams was awarded the 1995 Grawemeyer Award for Music Composition. Other honours include the California Governor's Award for Lifetime Achievement in the Arts, the Cyril Magnin Award for Outstanding Achievement in the Arts, and the rank of "Chevalier dans l'Ordre des Arts et des Lettres", awarded by the French Ministry of Culture.
John Adams became the BBC Symphony Orchestra's Artist in Association in June 2003. In his own words, "the position is sufficiently unstructured and flexible to allow any number of wild things to happen."
Adams's work "On the Transmigration of Souls", a choral work commemorating the September 11.th victims, won the 2003 Pulitzer Prize for Music. However, after winning the award Adams expressed "ambivalence bordering on contempt" since he felt that the prize had "lost much of the prestige it still carries in other fields" because "most of the country's greatest musical minds" have been ignored in favour of academic music.
In 2005, the premiere recording of "On the Transmigration of Souls", with Lorin Maazel conducting the New York Philharmonic, won three Grammy awards: Best Classical Album, Best Orchestral Performance, and Best Classical Contemporary Composition.
(Wikipedia: abridged and adapted)
… É por esta e outras que tais que continuo interessadíssimo na série "Grandes Músicas", que tem vindo a ser apresentada pela 2: e é da responsabilidade daquele cuja voz inconfundível conheço há anos da Antena 2 – António Cartaxo.
É dele a frase traduzida que intitula este édito e que ele, muito enfaticamente, muito poeticamente, repete no final de cada programa de "Grandes Músicas":
E não é?…
RIC
Editado por RIC às 11:13 18 comentário(s)
Separadores: Músicas
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007
Luís de Camões & Amália Rodrigues
Com que voz chorarei meu triste fado,
Que em tão dura prisão me sepultou,
Que mor não seja a dor que me deixou
O tempo, de meu bem desenganado?
Mas chorar não se estima neste estado,
Onde suspirar nunca aproveitou;
Triste quero viver, pois se mudou
Em tristeza a alegria do passado.
Assim a vida passo descontente,
Ao som nesta prisão do grilhão duro
Que lastima o pé que o sofre e sente!
De tanto mal a causa é amor puro,
Devido a quem de mim tenho ausente
Por quem a vida, e bens dela, aventuro.
Abusando de um modismo linguístico, eis uma "dupla vencedora" da cultura portuguesa.
Provavelmente, uma das muito poucas que podemos enumerar.
Sobre ambos já muito/tudo foi dito/escrito. E mais alguma coisa…
Sou um leitor compulsivo de Camões e um ouvinte devoto de Amália.
Este édito é um dever intelectual e moral.
Como homenagem, vale o que vale.
Mas eu fico bem melhor com a minha consciência.
RIC
Editado por RIC às 06:32 18 comentário(s)
Separadores: Poesia
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007
Wilhelm Reich
He was an Austrian psychiatrist and psychoanalyst (March, 24.th 1897 - November, 3.rd 1957).
Reich was a respected analyst for much of his life, focusing on character structure, rather than on individual neurotic symptoms.
He was in many ways ahead of his time in promoting healthy adolescent sexuality, the availability of contraceptives and abortion, and the importance to women of economic independence.
His biographer Myron Sharaf writes that Reich's work left a deep impression on influential thinkers such as Alexander Lowen, Fritz Perls, Paul Goodman, Saul Bellow, Norman Mailer, Robert Anton Wilson, and William Burroughs.
He is best known for his studies on the link between human sexuality and emotions, and the importance of what he called "orgastic potency"; and for what he said was the discovery of a form of energy that permeated the atmosphere and all living matter, which he called "orgone". He built boxes called "orgone accumulators", which patients could sit inside, and which were intended to harness the energy for what he believed were its health benefits. It was this work, in particular, that cemented the rift between Reich and the psychiatric establishment.
Reich was living in Germany when Adolf Hitler came to power. Labelled a communist Jew by the Nazis, he fled to Scandinavia, before taking refuge in the United States in 1939. But in 1947, following a series of critical articles about orgone in "The New Republic" and "Harper's Monthly Magazine", the U.S. Food and Drug Administration (FDA) began an investigation into his claims, and, in 1954, won an injunction prohibiting the interstate sale of orgone accumulators. Two years later, Reich was charged with contempt of court for violating the injunction. He insisted on conducting his own defence, which included sending copies of his books to the judge.
In June 1956, he was sentenced to two years in Federal prison. Later that year, several tons of his publications were burned by agents of the FDA.
Reich died in his sleep of heart failure in the federal penitentiary in Lewisburg, Pennsylvania, shortly before he was due to apply for parole. Not one psychiatric or established scientific journal carried an obituary.
Two of his major works:
– Massenpsychologie des Faschismus, 1933 (original Marxist edition, banned by both the Nazis and the Communists); Mass Psychology of Fascism;
– Listen, Little Man!, 1945.
For further details on his life and work (his bibliography is quite extensive), please confer this article in Wikipedia.
(Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1974)
«Deixas que os homens no poder o assumam em teu nome. Mas tu mesmo nada dizes. Conferes aos homens que detêm o poder – quando não o conferes a importantes mal‑intencionados – mais poder ainda para te representarem. E só demasiado tarde reconheces que te enganaram uma vez mais.»
«Tu mesmo te desprezas, Zé Ninguém. Dizes: «Quem sou eu para ter opinião própria, para decidir da minha própria vida e ter o mundo por meu?» E tens razão. Quem és tu para reclamar direitos sobre a tua vida?»
«Queres saber o que és, Zé Ninguém? Ouves os anúncios publicitários dos teus laxantes, das tuas pastas de dentes e desodorizantes. Mas não ouves a música da propaganda. Não distingues a abissal estupidez e o mau gosto de coisas que se destinam a ficar-te no ouvido.»
«Sei que és uma criatura capaz, sólida, com qualidades de trabalho, tal como uma abelha ou uma formiga. Tudo o que tentei foi pôr-te à mostra o que tens de medíocre e te destrói a vida há já milhares de anos. És grande, Zé Ninguém, quando não és medíocre e mesquinho. A tua grandeza é a única esperança que nos resta a todos. És grande quando desempenhas com gosto a tua tarefa, quando trabalhas na alegria a madeira, quando constróis, quando pintas e embelezas os teus espaços, quando trabalhas a terra, quando contemplas o céu na quietude e te comprazes na existência dos animais simples, no orvalho, quando danças e cantas, quando amas a beleza dos teus filhos, o corpo do homem ou da mulher que escolheste; quando vais até um planetário tentar entender o espaço ou a uma biblioteca ler o que pensaram da vida outros homens e mulheres. És grande na tua velhice, com o teu neto no colo, dizendo-lhe como foi outrora, respondendo à sua curiosidade confiante. És grande quando és mãe, embalando o teu filho nos braços, o coração cheio de esperança de que para ele venham melhores dias, a felicidade que, hora a hora, lhe vais construindo.»
RIC
Editado por RIC às 11:13 18 comentário(s)
Separadores: Ciências