segunda-feira, 18 de junho de 2007

Homossexualidade e Igreja Católica

O que pretendo aqui tratar pouco ou nada tem que ver com a realidade portuguesa no que concerne o estrito facto de se ser homossexual e católico. Tenho lido e conversado o suficiente sobre o assunto, tenho deparado com posições muito diversas – das mais extremadas às mais conciliatórias –, e para quase todas elas consigo encontrar no meu íntimo as plausíveis explicações e as cabais justificações.

Neste espaço da blogosfera já fui acusado de não querer encarar a evidência de que muitos homossexuais são católicos.
Nada menos correcto.
Que eu diga de mim próprio que abandonei há longos anos o catolicismo, que deixei de ser praticante e que não me revejo em dogmas e preceitos da Igreja não implica necessariamente que seja obtuso ao ponto de não aceitar e de não compreender que um homossexual seja católico. Talvez sinta cada vez mais dificuldades em fazê-lo (problema meu), mas respeito as convicções dos outros, desde que não seja confrontado com proselitismos. Bastaram-me e sobejaram-me os políticos…
Creio dever introduzir aqui uma tripla distinção que tenho feito e que me tem norteado nas minhas atitudes relativas ao religioso lato sensu, a saber:

i) Deus – o plano da fé, individual, psicológico;

ii) Igreja enquanto 'eclésia', a comunidade dos crentes – o plano social;

iii) Igreja enquanto instituição hierarquizada – o plano político.

Quanto ao primeiro, nada tenho a dizer. Trata-se do mundo interior de cada um, fruto da educação recebida, das vivências, do percurso de vida, das convicções sedimentadas, da visão do mundo e da vida, da morte inclusive.

Quanto ao segundo – do qual me afastei por ter deixado de ser praticante –, tenho sobretudo sentimentos e pensamentos ambivalentes. E creio que ainda bem que assim é. Se em algumas paróquias – não posso dizer se muitas se poucas – vai despontando nos respectivos párocos alguma vontade (muita ou pouca, não sei; dependerá da consciência de cada um deles) de integração, acompanhamento e aconselhamento aos homossexuais, malgré tout, nas outras não creio que os homossexuais que as frequentam se sintam acolhidos de alma e coração na plenitude do seu ser. Provavelmente sacrificarão uma coisa a outra.
A comunidade dos crentes – na qual há muito não me revejo – é mentalmente estereotipada. Ou nos enquadramos a 100% no modelo e seguimos o cânone à risca, ou a exclusão – implícita ou explícita – é a consequência de se querer ser 'diferentemente' católico. Não há qualquer espaço para idiossincrasias, para quaisquer 'heterodoxias'. Nunca poderia sentir-me bem onde não sou plenamente bem-vindo.

Quanto ao terceiro, manifesto a minha frontal oposição. É sobretudo aqui que considero que a troca de ideias é particularmente relevante, já que não tenho qualquer intervenção no plano social, do qual estou fisicamente afastado.

O pontificado de Bento XVI tem vindo a revelar-se consentâneo com o que era já expectável desde que foi eleito. As suas atitudes e posições não me têm surpreendido. Não entrarei aqui em considerações de cariz teológico, primeiro porque não sou versado no assunto e não quero induzir ninguém em incorrecções; segundo porque me interessa sobremaneira a dimensão política da Igreja e as suas relações com os poderes instituídos, políticos e outros. Eis três factos – entre outros a que poderei voltar mais tarde – que considero particularmente nefastas à Igreja.

1. Em celebrações eminentemente internacionais/multiculturais dever-se-á privilegiar o uso do Latim como língua franca.

2. Os membros das organizações que se sintam identificados com os princípios católicos devem retirar o seu apoio à Amnistia Internacional.

3. Jamais se verificou uma tão perfeita sintonia entre o papado e uma administração norte-americana, republicana ou democrata.

Pelo que me tem sido dado observar, prevalecem entre nós, portugueses, ainda resquícios de uma mentalidade 'secretista', que leva muitos a pronunciarem-se sobre questões do foro religioso ao abrigo do anonimato. Confesso que me custa a perceber, quando é certo que tabus é o que menos vai havendo na blogosfera e atendendo ainda à baixa média etária da maioria dos bloguistas. Mas vícios mentais são vícios mentais, passe a tautologia.


Esta é uma praça também adequada a um Gay Pride.
O local em si não difere de muitas outras praças por esse mundo fora, onde ocorre um pouco de tudo o que caracteriza o ser humano na sua radical imperfeição.
Se sob as colunatas de S. Pedro se aprazam encontros – amorosos, libidinosos ou pecaminosos, não me interessa o qualificativo – entre eclesiásticos e não eclesiásticos, como um estudante alemão de Teologia comprovou há anos e disso deu testemunho escandalizado no Der Spiegel, é assunto que talvez devesse preocupar mais as autoridades do Vaticano. A mim, interessa-me muito pouco ou nada, conquanto esteja consciente de que é, mais uma vez, a imagem do topo da hierarquia que fica posta em causa.

Em vida de João Paulo II, muito provavelmente, não teria escrito este texto. Porquê? Tão-só porque coração e razão só muito raramente se dão o braço...

RIC

27 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito deste teu texto.
Grande abraço

RIC disse...

Olá Bernardo!
Muito obrigado! É bom saber que não estou a «pregar no deserto», isto é, que não sou lido apenas dentro do «grupinho». Estou farto de barreiras!
Um abraço para ti também! :-)

Anónimo disse...

A religião, é com a política, no campo das ideologias, um dos pontos que evito discutir, pois cada um tem as suas convicções, e não serão as mesmas muito susceptíveis de se alterarem, por expostas posições, diferentes, vindas de quem quer que seja.
Embora aceite muito bem, as 3 vertentes em que esquematisas a tua maneira de ser perante a Igreja, eu sou mais simplista; para mim, a religião é um assunto que eu trato só, com Cristo, sem intermediários, e dou toda a minha concordância ao que dizes sobre essa seita, que lá, da Praça de S.Pedro, comanda os destinos dos crentes católicos de todo o mundo. A Igreja de hoje envergonharia Paulo que lhe deu as bases. Quanto à cúpula, não da Catedral, que é belìssima, mas sim da dita Igreja, que é o actual papa, já conheces sobejamente a minha aversão por tal pessoa.
Abraço.

RIC disse...

Olá João C.!
Não posso concordar em pleno contigo: convicções são ideias, não são nem gostos nem cores, logo podem ser discutidas. O facto de as discutirmos não implica, porém, que as modifiquemos apenas porque as discutimos. Essa é, quanto a mim, uma das perniciosas heranças mentais do Estado Novo. E é por essas e por outras que não há uma tradição de Filosofia em Portugal (quanto mais portuguesa...).
Aprecio discutir ideias com quem pensa diversamente de mim: aprendo e aprendo-me - a mim e aos outros.
E quanto ao papa, pois... Aí de facto és de uma transparência fulgurante! Rsrsrs!
Abraço! :-)

Palatus disse...

Oi Ric, voltei novamente. Difícil não gostar de sua discussão acerca do assunto, muito menos quando este assunto refere-se à visão unilateral da igreja frente a questões importantes como sexualidde, aborto, uso de preservativos etc. Por conta disso e de muitas outras razões não me permito mais deixar que a igreja (nehuma delas) dite ou deixe de ditar valores, ética e ideologia na minha vida. Cansei dos "ismos" e blá-blá-blás das religiões!
Abraço!

MrTBear disse...

Esta é uma praça também adequada a um Gay Pride?!?!?!?!?!??!?!?!

Poupa-me..........
Se o plano da fé, realmente não se discute, parece-me impossível não salientar o papel social da Igreja ao longo dos tempos.
No plano político, claro que tem altos e baixos porque, acho que se deve lembrar isto, ela é "feita" por homens.
E não dois iguais.....

RIC disse...

Olá Nilson!
Fizeste bem! Volta sempre! :-)
Pois... Também eu, há uns bons anos, compreendi que, apesar de tudo o que aconteceu de mau durante o século XX, não podemos tornar-nos cínicos e aceitar que uma Igreja enquanto representante de uma religião deixe de dar o exemplo. E a Igreja católica, como quase todas as outras, não o dá. Se não o dá, então devo procurar orientação moral e ética noutro lugar.
E foi o que fiz...
Abraço! :-)

RIC disse...

Olá Teddy Bear!
Poupo-te?! Por que carga de água?! O que é uma praça tem de diferente em relação a qualquer outra?
Não é a fé que está em causa, se acaso não percebeste. E essa história de a Igreja ser feita por homens para cada um poder fechar os olhos e ficar bem com a sua consciência já é muito antiga. Os resultados estão bem à vista!
Eu referi-me à comunidade de crentes como um dos planos - o social - da religiosidade; nada disse - nem a favor nem contra - o papel social da Igreja. Este é outro assunto. Talvez «trate dele» também...

Anónimo disse...

Caro Ric,
sentes muito isso?
Que és lido só por um "grupinho"?
Presumo eu que é um "grupinho" gay.
Porquê?
É uma puta de uma estupidez.
És uma das pessoas que conheço que escreve BEM, MUITO BEM, és inteligente, tens sentido de humor and so on, and so on.
E porque és gay não te lêem?
Foda-se, que puta de sociedade retrograda de merda.
Desculpa os palavrões.
Um grande abraço

RIC disse...

Olá Bernardo!
É bem provável que, com aquelas minhas palavtas, tenha dado isso a entender, mas sei que não. Não escrevo só sobre assuntos gay, só para bloguistas gay lerem. Ou seja, não me sinto NADA num gueto. Nem aqui, nem «lá fora».
De facto, caro Bernardo, foi mais um desabafo que outra coisa... Aprecio muito - e agradeço-tas! - as tuas simpáticas e enérgicas palavras! Acredita - sem qualquer desprimor para os bloguistas gay - que às vezes é mais complicado falar para o «grupinho» do que para todos em geral... Mas também é compreensível: não se arrosta situações complicadas ao longo da vida sem consequências... Tudo tem um preço.
Um grande abraço para ti também!
(Adorei a tua indignação!!!) :-)

Tong Zhi disse...

A minha liberdade acaba, onde começa a liberdade dos outros. É um chavão, bem sei, mas se o teu texto foi lido nesta perspectiva, acho que toda a gente deverá entender o que queres transmitir.
Destaco a questão de a igreja ser feita por homens... De facto é assim. Mas isso é verdade para tudo o resto com excepção para os rebanhos, enxames e outros agrupamentos animais.
Eu sou/fui católico por tradição. O meu afastamento foi progressivo. Primeiro da igreja como instituição, dos tais "homens" e depois...
Confesso que não é uma questão que me preocupe muito e será por isso que não faço uma análise tão profunda como tu!
Abraço

Anónimo disse...

Eu continuo cristão (não sou católico, porque não sou praticante).
Nos evangelhos não há nada de taxativo que condene o amor entre pessoas do mesmo sexo, bispo de Cantuária dixit. ;)

Jesus saves. All.

RIC disse...

Olá Tongzhi!
Em primeiro lugar, o que é que fizeste ao Imperador?! A página fica menos bonita sem ele... :-(
Quanto ao assunto «sério»: perec-me ter deixado claro que não é a fé de cada um - e a minha - que aqui questiono.
Poderia ter posto a tónica na oposição praticante~não praticante, mas isso não seria honesto da minha parte, já que há dogmas católicos que não aceito de todo e que nada têm que ver com o Deus cristão.
No nosso íntimo, poderemos muito bem conciliar o que a nossa consciência aceitar e/ou nos ditar. Mas isso, perante a Igreja institucional, não basta para se ser parte plena da referida comunidade de crentes. É aqui que reside, a meu ver, a questão fundamental que também os homossexuais (entre outros) se deverão pôr.
Pessoalmente, estou bem como estou.
Não admito a nenhum homem (da Igreja) que não me conhece que me considere pervertido, perverso ou perversor. Existem éticas filosóficas e morais não religiosas.
Abraço! :-)

RIC disse...

Olá João M.!
Também eu, num registo mais laico, digo que sou culturalmente cristão. É certo que o cristianismo que há em mim é obviamente o católico, que pratiquei até aos 18 anos.
Quanto aos evangelhos, as interpretações de um texto literário são aquilo que todos nós sabemos que são. Até o criacionismo pode florescer em pleno século XXI... Tudo dito.
Deus é de misericórdia; os homens, não.
Um abraço amigo! :-)

Anónimo disse...

Ah, a igreja católica! Para mim ainda é a organização religiosa mais humana: humana naquela dupla vertente: sublime/atroz, divina/profana, mistica/pagã!
Desde que tomou o gosto pelo poder, tomou-lhe também os vícios. Desde Constantino - de que caçada passa a caçadora..- a sua estratégia passa sempre por consolidar uma posição temporal, embora sempre com pinturas espirituais - sincréticas o mais possível...- para arrebanhar todo o mundo: daí católica, ecuménica, universal! E dando uma no cravo e outra na ferradura lá vai indo e vendo!
Atitude sábia e de quem sabe muiiiiito!
E esta estratégia deu e dá para ter no seu seio belíssimas pessoas como as mais sórdidas!
Sem ponta de ironia, admiro a Igreja católica pela sua sageza e pela sua atitude de "boiar" ao sabor das correntes! Algumas vezes demora quinhentos anos a reconhecer erros...mas que é isso na imensidão da história humana?
A igreja católica faz-me lembrar um clube/discoteca muito friendly, que dá entrada a toda a gente, mas que depois no seu interior tem um espaço muito, reservado, só para "homens", com "dress code" restrito!
Ah, e Cristo, o que faz no meio disto tudo?
A mensagem cristica é tão lata, prolixa, "very mixed", historicamente muito nebulosa, que dá para tudo e para todos os filmes!
No fundo é a mensagem que já vem de longe: ama o próximo como a ti mesmo... ! Buda, Zoroastro, Sun-Tzi,Isis, Socrates, Platão, Arianos, Agostinho, Cusa, Erasmo, Descartes, Kant, Russel etc.etc... andaram todos ao mesmo!
Sempre a mesma coisa: o mistério da besta humana que é um ser divinal!
Ah... e a minha declaração de interesses: sou ateu graças a deus!

RIC disse...

Olá... ó Mano!
Este é um espaço também católico no sentido em que se pretende babilónico, logo universal.
Esta é, de facto, uma questão humana, demasiado humana. Logo é histórica, e sendo histórica, é produto do tempo. Como tal, nada tem de imutável. O que a Igreja era há dois mil anos, foi-o há dois mil anos. Além disso, sobressai apenas o plano político em que se tem movido, humano mais uma vez.
E mais uma vez, tenho razão: fale-se de religião, e eis que os portugueses preferem um «nickname»... Somos assim... Nada a fazer, pelos vistos...

Anónimo disse...

Nasci e cresci sobre a influência da Igreja Católica. Hoje em dia, sinto-me cada fez mais afastada do catolicismo... A minha maneira de ser e estar na vida, não dá espaço para compactuar com certos e determinados dogmas e 'normas'. Respeito quem o faz, note-se! Isto não invalida que continue a ser uma mulher de fé. Que sou!
Com ideologias, orientações, princípios e tudo o mais diferentes, quero acreditar que «cabemos» todos na mesma sociedade, desde que haja respeito. E esse é que falha tantas - mas tantas - vezes...
Por último gostaria de dizer que compreendo perfeitamente as palavras efusivas do Bernardo Moura. Acrescento ainda que aqui, na tua «casinha», nunca me senti uma outsider.
Obrigada por este, quase um ano de partilha e ensinamento(s) e por seres quem és!

Abraço (looonngoo e amigo)!

RIC disse...

Olá Carla!
Souberam-me muito bem, agora pelo fim da tarde, estas tuas palavras. Obrigado!
É um texto sereno, mas ao mesmo tempo veemente. Creio que é o que acontece sempre que o coração transborda. E tocas num ponto que para mim foi, é e será fundamental - o respeito que nos devemos uns aos outros!
Sendo certo que não poderemos amar-nos uns aos outros como a nós próprios - as imperfeições são demais -, nada deveria impedir, porém, que nos respeitássemos. Continuo a considerar a tolerância como mera panaceia para que tudo permaneça na mesma: mal!
Não, aqui não és «outsider», coisa nenhuma! E é verdade que nos aproximamos a passos largos de comemorar o primeiro aniversário! Em Junho passado já nos conhecíamos da casa de outrem, mas foi a meio de Julho que esye estaminé abriu. E ainda bem que uma loucura me fez abri-lo...
Obrigado eu a ti, pela dedicação e persistência!
Vemo-nos sexta? :-)
Um abraço terno e um beijinho repenicado! Rsrsrs!

Anónimo disse...

Oi, Ric.
Concordo com basicamente tudo o que você disse. E devo dizer que é por essas razões que o Catolicismo Romano tá mergulhando numa decadência cada vez maior aqui no Brasil. As igrejas protestantes, tanto as progressistas quanto as conservadoras, tão se tornando cada vez mais fortes entre o povo brasileiro. E acredito que seja principalmente porque elas (inclusive as conservadoras) sabem atender às necessidades do povo, enquanto a Católica Romana quer apenas ditar o que o povo tem que fazer. Não sei se você viu, mas eu fiz um post falando sobre isso no mês passado lá no meu blog, no mesmo dia em que o papa deixou o Brasil.
Mas eu me encontro mais ou menos na mesma situação que você: já fui católico, mas deixei essa igreja há 18 anos por não me sentir de forma nenhum acolhido por ela e por não concordar com a quase totalidade dos princípios que ela defende.

RIC disse...

Olá Carioca!
Não tinha ainda lido o teu texto de Maio (é imediatamente anterior ao meu regresso), e é bem evidente o teu sentir relativamente à visita papal... Por feitio meu, seria incapaz de it tão longe... Mas compreendo, é claro.
A diminuição do número de crentes católicos é também aqui uma evidência que se comprova já há anos.
Não considero positiva uma diminuição da espiritualidade. E porque os indivíduos sentem falta desse elemento na vida, as seitas vão proliferando...
Afinal, hoje em dia, não são as distâncias que fazem variar os percursos e as experiências de vida. Bem pelo contrário...
Abração! :-)

Anónimo disse...

Caro Ric,
acho que esta troca de comentários está a ser muito boa.
A liberdade de expressão reina no teu blog, fantástico!
O assunto é muito pertinente e acho que se deve dialogar sempre de "alma aberta" sobre estas questões, melhor sobre todas.
Os meus parabéns!
Grande abraço

Anónimo disse...

A única coisa que tenho pena é que não apareça alguém que discorde profundamente de ti para que se possa perceber o porquê de tal.
Abraço

RIC disse...

Olá Bernardo!
Estou muito satisfeito, sim. E concordo contigo também no que diz respeito «ao contraditório» (onde é que eu já ouvi isto?!) Rsrsrs!
Afinal, o procedimento é simples: basta tão-só que as pessoas queiram confrontar ideias, sem que isso passe daí. Se o plano das convicções pessoais - neste caso, a fé - é intocável, tudo o que se prende com os planos social e político da Igreja é susceptível de debate.
Quando pensei escrever sobre este assunto, confesso que pretendia fazer um ataque mais vigoroso e musculado ao actual papa. Percebi depois que seria má ideia começar por aí: não é atacando a pessoa que exponho as minhas ideias. Bom senso e respeito são fundamentais nestas questões, sob pena de as pessoas poderem sentir-se atacadas no seu íntimo. E isso, eu aqui não quero. Se alguém o tivesse feito (ou vier a fazer) pode estar certo que o comentário será prontamente apagado.
Ainda quanto a ideias contrárias, não me parece que seja muito fácil «tomar as dores» da Igreja católica actual sem uma argumentação - diria eu - retórica, muito escorada em questões teológicas que escapam à maioria de todos nós.
A liberdade de expressão é primordial. Por isso abomino a censura e as atitudes persecutórias.
Grande abraço para ti! :-)

dondon009 disse...

Oh how I wish I could read Portugese today~

Of course, I will have my administrative assistant translate this for me tomorrow!

Abraço~

DON

RIC disse...

Hello dear Don!
Good evening! (Your time)
Well, as a matter of fact I wouldn't advise you to «altavista» this post. I've written it in such a way that only a human translator will be able to detect some subtilties... Lol! As if I had set some traps along the way... Lol!
Ain't I nice or what?
I wish the Brazilian lady all the best for tomorrow! Well, it's not that difficult anyway, but I wouldn't call it easy either...
You tell me your opinion tomorrow then, dear Don! Wish you the best!
:-)
Oh, I've just noticed that you've sent me an «abraço»! Waw! You've started with Portuguese! And you're using the «ç» already! How fantastic! Congrats! :-)

tiago disse...

a propósito disto, lembrei-me de uma conversa que tive com um amigo bissexual e católico convicto e praticante (e, diria ainda mais, beato.. eheheh). perguntei-lhe como se articulavam as suas "condições" de bissexual e de católico. ele respondeu-me que não se articulavam: por um lado era uma coisa, por outro era outra, mas não as duas ao mesmo tempo. sim, parece psicótico. mas, por outro lado, estranhamente "necessário". estranha e infelizmente. obrigado por me pores sempre a relfectir! abraço :)

RIC disse...

Olá Tiago!
Não que seja minha intenção explícita ser um «despertador de consciências» nem nada que se pareça, mas há assuntos e questões em relação aos quais cada um de nós só tem a ganhar se lhes dedicar um «tempinho» e alguma reflexão. Obrigado! :-)
Também conheço um ou outro caso semelhante ao que referes: só gostava de perceber como é que é possível viver-se tranquilo com a consciência em tamanha esquizofrenia - ao domingo de manhã, estou na missa e mando as bichas para a fogueira. Mas, na noite anterior, estive num bar de bichas e curti que nem louco...
Escapa-me... Eu não seria capaz... Sou demasiado «certinho» para me dar com tais desiquilíbrios...
Abraço, meu caro! :-)