Subi acima duma árvori
Pra ver se te via.
Como nã te vi,
Desci‑a.
Atirê um limão rolando,
À tua porta parou.
Depois fiquê pensando…
Será que o cabrão se cansou?
Ê vi‑te no tê jardim,
Andavas panhando hortelã.
Ê cá gosto de ti,
E tu, hã?!
Subi a um ecaliptre
Co tê retrato na mão.
Desencaliptrê‑me lá de cima,
Malhê cos cornos no chão.
Perdi a nha caneta,
Lá pròs lados da várzea.
Se lá fores e a vires…
Traze‑a!
Pra ver se te via.
Como nã te vi,
Desci‑a.
Atirê um limão rolando,
À tua porta parou.
Depois fiquê pensando…
Será que o cabrão se cansou?
Ê vi‑te no tê jardim,
Andavas panhando hortelã.
Ê cá gosto de ti,
E tu, hã?!
Subi a um ecaliptre
Co tê retrato na mão.
Desencaliptrê‑me lá de cima,
Malhê cos cornos no chão.
Perdi a nha caneta,
Lá pròs lados da várzea.
Se lá fores e a vires…
Traze‑a!
Estas quadras foram coligidas pela ex‑colega e boa amiga Helena, alentejana de Serpa, que mas ofereceu por ocasião de um aniversário meu. Estava bem precisado de dar umas gargalhadas, e o efeito provocado não se fez esperar. Tal como agora!
Divirtam‑se!
RIC
Divirtam‑se!
RIC
18 comentários:
Ric,
These are wonderful! Especially the first one!
Thanks
Hello dear Bruce! I'm really very glad that you can understand this regional variety of Portuguese, and could laugh with this kind of humorous, popular poetry!
You're welcome!
Wish you the best!
:-)
Sã muita giras, si senhor...
;) :D
Olá Lampejo! Ainda bem que gostaste! De vez em quando também faz falta brincar e rir!
Um abraço!
:-)
Esta tarde fui à praia
E lá encontrei um búzio
Cheguei a casa contente
E em cima da cama o "puzio"
:)
Ai Serpa, Serpa...
Lá vai Serpa, lá vai Moura, e as Pias ficam no meio.
Vivi 4 anos lá e já me considerava meio alentejano.
Há 15 dias voltei, por umas horas, ouvi cantares lindos, matei saudade do "Molh'o bico", revi a Manela.
Estes dizeres, curiosamente chegaram-me por mail, há um mês atrás, por mão amiga.
Longe de rebaixar o alentejano, revelam uma cultura popular muito própria que tem que ser compreendida como tal.
Olá Tongzhi! Espero que não tenhas ficado com a ideia de que eu quero aqui apenas gozar com a pronúncia ou com aspectos da sintaxe popular alentejana!
Dito isto, calculo que possas ter dado hoje um romântico passeio pela praia... Não sei se por aí choveu como aqui. Achaste um búzio? Lindo! Puseste-o em cima da cama?! Esquisito!... Em cima do «pechiché» ficaria decerto melhor...
Abraço!
:-)
Olá João! Ainda bem que gostas, já que és quase um alentejano «adoptivo»!...
É isso mesmo: cultura popular que deve ser acarinhada, preservada e divulgada!
E tudo o que é feito com humor de qualidade é saboroso!
Abraço!
:-)
Por falar nisso, Ric, quando é o seu aniversário? Eu sei que é agora no início do ano, porque você disse que é de Peixes, né? Mas qual é o dia?
Um abraço aí pra você, amigo!
Ri-me imenso! Estão mesmo muito boas!
Abraço
Para além de hilariantes, estes versos só mostram a grandeza dos alentejanos que sabem rir de si próprios e da sua maravilhosa pronúncia.
e como não sou o único regionalista por aqui, parece-me que a quadra do tong deve ser da Terceira.
eclaro, por entre todos os regionalismos, tambem me sinto um pouco alentejano.
Olá Carioca! O meu aniversário ainda está a pouco mais de três meses de distância. Não sei que equívoco te terá levado a pensar que o meu signo era Peixes... Eu sou Taurus/Touro, como sempre esteve visível no meu «perfil»...
Sou um filho de Maio!
Um abraço!
:-)
Olá Bernardo! Ainda bem que te divertiste! Também faz falta - e faz muito bem! - dar umas gargalhadas fáceis de vez em quando!
Um abraço!
:-)
Olá Karla, minha querida! Concordo contigo quanto à auto-ironia. É um traço de carácter que muito engrandece a alma alentejana... E lembrei-me de Florbela Espanca...
Beijinhos!
:-)
Olá NB! Já percebi que percorres - ou tens percorrido - Portugal em grande! Quanto à quadra do Tongzhi, pena é que ele mais nada nos tenha dito...
Lisboeta, beirão, açoriano, agora alentejano... Quantas mais surpresas haverá nessa caixinha?...
Um abraço!
:-)
Caro Ric,
Não sabia que a tua queda para as línguas abrangia os nossos "dialectos" locais...
Olá Maurice! Todos os nossos «falares regionais» têm sempre para mim qualquer coisa de muito saboroso, seja a pronúncia, seja o léxico, sejam os diversos modos como espelham as realidades.
Gosto mesmo muito!
Abraço! :-)
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