The rain outside was cold in Hadrian's soul.
The boy lay dead
On the low couch, on whose denude whole,
To Hadrian's eyes, whose sorrow was a dread,
The shadowy light of Death's eclipse was shed.
The boy lay dead, and the day seemed a night
Outside. The rain fell like a sick affright
Of Nature at her work in killing him.
Memory of what he was gave no delight,
Delight of what he was was dead and dim.
[…]
Antinous is dead, is dead for ever,
Is dead for ever and all loves lament.
Venus herself, that was Adonis' lover,
Seeing him, that newly lived, now dead again,
Lends her old grief's renewal to be blent
With Hadrian's pain.
[…]
«Love, love, my love! thou art already a god!
This thought of mine, which I a wish believe,
Is no wish, but a sight, to me allowed
By the great gods, that love love and can give
To mortal hearts, under the shape of wishes –
Of wishes having undiscovered reaches –,
A vision of the real things beyond
Our life-imprisoned life, our sense-bound sense.
Ay, what I wish thee to be thou art now
Already. Already on Olympic ground
Thou walkest and art perfect, yet art thou,
For thou needst no excess of thee to don
Perfect to be, being perfection.»
[…]
His head was bowed into his arms, and they
On the low couch, foreign to his sense, lay.
His closed eyes seemed open to him, and seeing
The naked floor, dark, cold, sad and unmeaning.
His hurting breath was all his sense could know.
Out of the falling darkness the wind rose
And fell; a voice swooned in the courts below,
And the Emperor slept.
The gods, came now
And bore something away, no sense knows how,
On unseen arms of power and repose.
Lisbon, 1915
Fernando Pessoa
segunda-feira, 22 de janeiro de 2007
II. From «Antinous»…
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28 comentários:
Belo exercício!...
(Quem me dera ter memórias como as que Yourcenar sonhou para Adriano...)
Também tu, Catatau?...
Acho espantosa a recorrência desta história de amor entre os grandes da literatura, mulheres e homens.
De algum modo, todos lhe dedicaram um tratamento de excepção...
E a quantidade de estátuas que celebram a beleza de Antínuo... Não fazia ideia que há tantas...
:-)
O amor foi sempre verde prado de pasto para escritores e artistas. :)
(Mas também gosto das Memórias de Agripina...)
Peço imensa desculpa. Se me quiserem chamar alguns nomes estão à vossa vontade. Mas ler isto em inglês não é para mim. Perde todo o sentido!
Tinhas de cortar a «onda romântica» com essa da Agripina, Catatau! (Rsrsrs!)
Durante bastante tempo tive pouca apetência por Roma Antiga, ao contrário da Grécia que sempre me entusiasmou muito mais. Hás-de dar-me algumas dicas sobre essas memórias que deverão ser, no mínimo, tórridas...
:-)
Não sei porque é que te haveriam de chamar nomes, Tongzhi! Essa foi mesmo para «épater», não achas?
A verdade é que o original é Inglês. Se conheces uma versão em Português escrita pelo próprio Pessoa, é favor partilhar connosco, porque eu não conheço nenhuma...
Eis mais uma prova de que os hábitos são tudo - ou quase: não estamos acostumados a ler em Inglês «clássico» (eu também não); daí a estranheza e a dificuldade...
Mas o poema é um «espanto», acho eu!
:-)
Não, não conheço. E sabia que era original. Mas que queres, não gosto!
he he he
Talvez seja por ser "clássico" eu diria macarrónico!
Como há tanto, e tão bom, escrito na nossa língua...
Amor é amor, seja ele de que forma for...
Ps: Confesso que apesar de ter de ler alguma literatura técnica em inglês, prefiro ler na nossa língua mãe.
Pois é, Tongzhi, concordo contigo. Mas sabes, isto aqui é a minha Babilónia, e Pessoa, hoje, não é só nosso. É do Mundo. E não te vais esquecer que eu sou o maluquinho das línguas, pois não? Então vai-te preparando, que a cavalaria vem a caminho...
Macarrónico é que não é!!! Onde já se viu??? Deves estar a confundir com o Latim macarrónico - adulterado, corrompido - de certas personagens vicentinas! Qual é a tua agora, meu?! Não 'tou a topar... (Rsrsrs!)
Pois é, Lampejo, essa tua preferência nem precisa de justificação. Mas se eu «ganhar» um, dois ou três leitores de Pessoa algures por esse vasto mundo, ter-lhe-ei prestado um serviço de que muito me honro!
E o objectivo deste édito é também esse: mostrar que Pessoa dominava tão bem o Inglês como provou dominar o Português.
Bela frase sobre o Amor!
Obrigado, meu caro!
Pois é Ric
lá arranjaste maneira, e que bela, de entroncar num só, dois ramos importantìssimos da "tua literatura"; Pessoa e Yourcenar (esta por intreposta personagem).
Embora saiba que o original é inglês e que o teu objectivo é muito nobre, não deixo de te dizer que Pessoa para mim, é na minha língua!
Um abraço.
Acertaste em cheio na «mouche», meu caro João! Muito obrigado!
Pessoa e Yourcenar são mesmo os meus ídolos (se eu fosse do género de ter ídolos, que não sou nem nunca fui).
Quanto a Pessoa, para nós, ser na nossa língua... O que é que queres que te diga mais?... Poderás, com uma certa facilidade, ler Campos e Caeiro em Inglês, por exemplo. Mas Reis ou Pessoa ortónimo? Nem pó!
Um abraço! :-)
I find warm comfort in historic love, in knowing that it's always been one of the prime human emotions and always will be. Ancients busts and stories for Greek and Roman times fill me with joy, the kind of joy that makes one sigh with a smile.
Seja em Inglês ou Português é sempre aprazível ler Pessoa! Gostei da foto. Gosto de bustos...
Quanto à minha «simpática» gripe, já está mais soft. Tal como tu, ainda continuo ranhosa. Mas não é de admirar. Eu sou! :-)
Um bom dia para ti. Agasalha-te!
(Está um «briole»...brrr! )
Beijinhos!
Tentei, juro que tentei, mas em inglês não vou lá.... Paciência.
Agora é que vou mesmo voltar à escola LOL.
Mas até acho bem, porque muitos leitores são estrangeiros. Ao menos esses que saibam aproveitar e deliciar-se.
How sad. How deeply he must have loved Antinous. I have always found their story of love intriguing.
That is just beautiful.
Thank you Ric!?
Ric,
Pessoa is a wonderful poet--- in Portuguese. I have to agree with Tongzhi; Pessoa's English poetry doesn't do very much. The ideas and some of the images are superb, but the stiffness of the language makes it almost an essay instead of a poem.
But thanks for showing us this side of Pessoa.
Infelizmente, o meu inglês não é suficientemente bom para apreciar as "volutas" deste linguajar pessoano...
Hello dear Minge! Your words exactly describe what I consider one should always enjoy about culture - its timeless meaning and its testimony of human kind.
Thank you so very much!
Hugs!
:-)
Olá Carla! Assim é que eu gosto! Ainda que seja num Inglês menos fácil, é uma belíssima história que nos faz sonhar!
Quanto ao maravilhoso busto de Antínuo, és a primeira a referi-lo! (E depois dizem que as sensibilidades não são diferentes, conforme o género...) É uma obra-prima e um testemunho (mítico, eu sei) da desmesurada beleza do rapaz...
Ainda bem que a gripe se suavizou! Quanto a seres «ranhosa», não estarás a confundir com «ronhosa», a ovelha da família?... «Sa lá!», digo eu... (Rsrsrs!)
Dei tanto ao côco hoje que nem tive tempo para sentir o frio! Ainda bem! Do mal o menos...
Obrigado!
Beijinhos! :-)
Olá Teddy Bear! «Quem dá o que tem a mais não é obrigado» diz o provérbio. Ainda bem que não transcrevi o poema todo!... A esta hora, já teriam lançado uma «fatwa» sobre o meu desatino! (Rsrsrs!)
Obrigado por seres compreensivo quanto à minha intenção! E não me parece que precises de voltar à escola. Um bom dicionário de Inglês britânico é capaz de resolver o problema... Digo eu!
Um abraço! :-)
Hello dear Gray! Have you read «Memoirs of Hadrian» by Marguerite Yourcenar? If not, dear friend, I most strongly (!) advise you to read it! It's one of the very few books I've been reading over and over again ever since the beginning of the 80s. A masterpiece!
Yes, intriguing indeed!
Wish you the best, dear friend!
:-)
You're most welcome, dear Joel! I'm glad you liked it! The whole poem is absolutely fabulous!
Wish you the best! :-)
Hello dear Bruce! You're welcome!
You are, however, one of the few foreigners who can enjoy Pessoa's poetry in Portuguese! That is a privilege indeed, I should say...
As to «Antinous» having the tone of an essay instead of a poem, I have no idea about what may have been the intention of Pessoa with this text. But I'll try and look into it...
But I have to agree with you too: to me it's a rather difficult English indeed...
Thank you so very much!
:-)
Olá Maurice! São de facto muitas as «volutas» do Inglês pessoano... Foi-me muito difícil escolher apenas algumas estrofes do longo poema por forma a dar apenas uma ideia breve e geral do conteúdo do mesmo, que é sobretudo narrativo/dramático (como era tanto ao gosto de Pessoa) e não tanto lírico, como é a sua poesia mais conhecida.
Nunca vi versão em Português. Pessoa não o traduziu, o que também não me admira dado o tema que é...
Um abraço amigo! :-)
Thank you, Ric. I have put Marguerite Yourcenar's book on my list.
I do think so, dear Gray, and I'm certain you will adore it indeed! There is just no way you might not like it!
Best wishes! :-)
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